Todos trazemos em nós mesmos um altar em que entronizamos o nosso eu, e ao qual prestamos culto com demasiada frequência e intensidade. O domínio do próprio eu é a maior vitória que o homem pode alcançar e conseguir que a vida não seja dominada pelo ego, mas pela razão e pelo coração.
Quanto mais perfeitos formos na nossa vida, mais compreensivos nos mostraremos com as imperfeições dos outros e, pelo contrário, quanto menos perfeitos formos, mais exigentes nos mostraremos com os outros. Somos sempre inclinados a reprovar e criticar os defeitos dos outros, sobretudo os defeitos que também temos e que não nos atrevemos a reconhecer. Outras vezes, criticamos defeitos que não temos, como uma evasão para não reconhecermos e recordarmos os defeitos que temos e que nos dominam.
(MILAGRO, Alfonso - Os cinco minutos de Deus. Cucujães: Editorial Missões, 2005)
Deus amigo do teu povo, como não te louvar neste dia em que celebramos São Pedro e São Paulo!
A força impetuosa do pescador Pedro e a sabedoria missionária de Paulo; o carácter prático do chefe do grupo e o génio reflexivo do convertido de Damasco; a generosidade primária de Pedro e o fulgor apaixonado de Paulo definem estes homens como verdadeiras colunas da minha fé.
Com estas testemunhas diante dos olhos solidificam-se as certezas, reanima-se o desgaste, ganham vigor os passos para ti, Senhor Deus. Neste dia, possa eu cantar a graça de ser membro do teu povo, fiel aos sucessores destes primitivos apóstolos.
(AZEVEDO, Carlos A. Moreira - Ao Deus de todas as manhãs.Prior Velho: Paulinas, 2007; Imagem disponível em http://www.portal.ecclesia.pt/ecclesiaout/snpcultura/vol_introducao_iconografia_paulina.html)
Quem, alguma vez, não se sentiu cansado com o amontoado de palavras de um discurso qualquer? É frequente, hoje em dia, termos a sensação de palavras a mais e obras a menos: "Muita parra e pouca uva", diz o povo.
Mas não se passa o mesmo com a Palavra de Deus. Ela é eficaz, cumpre o que diz. Não há regra sem excepção. Também deve ser assim eficaz a nossa palavra feita oração. Pela graça de Deus, a nossa palavra-oração torna-se eficaz, alcança o que pretende, é frutuosa.
(PEDROSO, Dário - Senhor, ensina-nos a rezar. Braga: Editorial A.O.,1987; Fotografia da Revista Time 2007)
Eu pedi a Deus para me libertar dos meus vícios. E Deus repondeu: Não. Esse trabalho não me pertence a Mim, mas a ti. Eu dei-te os meios, deves pô-los em prática, agindo de forma a renunciar a eles.
Eu pedi a Deus para me dar a felicidade. E Deus disse: Não. Eu dou inteligência, bençãos e todas as condições necessárias para que atinjas o que pedes. Deves fazê-las render e produzir frutos. Ser feliz depende desse trabalho, depende de ti. Aplica-te.
Eu pedi a Deus para me fazer crescer no espírito e frutificar. E Deus disse: Não. Procura crescer em ti próprio, como árvore no pomar. Eu te podarei para que dês frutos de vida eterna.
Eu pedi a Deus tudo aquilo que me levasse a apreciar e a amar a vida. E Deus disse: Não. Sou Eu que te dou a vida e tudo o que ela contém. Procura vivê-la intensamente para que aprecies todas as coisas que criei para ti e ames a todos os que te rodeiam, com Eu te amo a ti e a todos os que vivem ao teu lado.
Então eu pedi a Deus para me ensinar a amar os outros, como Ele me ama. E Deus disse: Ah! Finalmente, entendeste a ideia...
Hoje quero cantar o salmo da água cristalina e corrente. Quero ser como a água, que serve, alegre, os filhos de Deus. Quero ser como a água que acalma a sede do sedento, sem distinguir se é homem de ciência ou de pouca cultura, de cor branca ou de cor negra.
Quero ser como a água que é de todos e todos a possuem, a bebem, a saboreiam, a utilizam; a todos refresca, lava e fecunda. Quero ser como a água que canta, sonora, o seu riso claro, e lança as suas torrentes por fragas e por arroios, levando a vida, a frescura e a sua alegre canção. A minha vida deve ser como a água. Água que lava os corpos e faz brilhar as almas com a luz baptismal. Água que fecunda e dá vida, a vida da graça que o bom Deus nos dá.
(MILAGRO, Alfonso - Os cinco minutos de Deus. Cucujães: Editorial Missões, 2005)
A gratidão é própria das almas com bons sentimentos. Por isso é justo que demos graças a Deus por tudo o que nos dá em cada dia, com mãos largas e generosas. O sol que acaricia a nossa face, a água que refresca o nosso corpo, o calor que vivifica, o trinado do estorninho na ramada, a espiga do trigo candial que se baloiça à brisa da tarde... tudo é dom, é oferta de Deus.
O riso das crianças, o aroma das flores, o sabor da amizade, o afecto do lar, o amor dos esposos, a bandeira da pátria, o conforto da fé... tudo é dom, é oferta do Senhor. Os minutos que correm, os dias que deslizam, os que passam, a saúde e as forças, o trabalho e o repouso... tudo é dom do Senhor. Motivos mais do que suficientes para Lhe estarmos agradecidos.
(MILAGRO, Alfonso - Os cinco minutos de Deus. Cucujães: Editorial Missões, 2005)
Senhor, acreditamos que podes abrir o nosso olhar e que podes curar um certo modo de ver, que nos impede de entrar na claridade. Bem sabemos que somos cegos de uma maneira ou de outra. Centrados no nosso pequeno mundo, vigilantes em relação aos nossos interesses mais individuais, perdemos a capacidade de ver longe e largo.
Que a Tua Palavra, Senhor, nos purifique do egoísmo que embacia os olhos ou forja a miopia. Que a Tua Palavra nos atire para a aventura de viver com horizontes sem limites, nos abra para a visão da beleza que irrompe a nosso lado, nos ilumine a forma de ver o outro, sobretudo aquele que mais sofre.
Acreditamos, Senhor que podes abrir o nosso olhar. Acreditamos. (Maria Victor)
Quando alguma coisa importante não corre bem, e o coração fica pequenino, todo ofendido no fundo de mim, e ando, como cão sem dono, à procura do que não tenho, a solução é aceitar!
Trabalhar e servir, sem pedir nada em troca. Receber as ofensas sem queixume. E se tudo ainda doer muito, oferecer pela salvação dos outros. Só então pode acontecer que, num olhar inesperado, ou numa palavra mais próxima se encontre o Deus escondido e tudo se torne, de repente, tão simples.
Obrigada, Senhor, pela consolação que sempre me dás no renascer de cada dia! (Conceição Barreira de Sousa)
(Acordar com Deus. Prior Velho: Paulinas, 2009; Imagem disponível na Internet)
Reparaste nas árvores que ladeiam os caminhos? Nos dias quentes de Verão, quando o calor do sol aperta, todos procuram a sombra protectora das árvores e caminham por ela, protegendo-se do calor. As árvores expõem-se a si mesmas aos ventos, à chuva, ao sol; em troca, oferecem sombra, frescura, protecção.
A tua vida deve ser como a das árvores; nela, devem ter direito a acolher-se quantos, de uma ou de outra forma, precisam de ti, da tua compreensão, da tua companhia, do teu conforto, da tua ajuda. Deves expor-te ao sofrimento, para os outros não sofrerem; aceitar a força do trabalho, para que os outros se confortem com o amparo da tua protecção. Numa palavra: sofre tu, para que os outros não sofram. A tua maior alegria e o teu maior motivo de orgulho será este: ser útil aos outros, oferecer-te pelos outros.
(MILAGRO, Alfonso - Os cinco minutos de Deus. Cucujães: Editorial Missões, 2005)