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Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

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Simbologia da água na história das religiões (Papa Bento XVI)

29.10.07 | ssacramento
No dia 24 de Outubro chegou às livrarias portuguesas o livro "Jesus de Nazaré", de Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI). Desta obra iremos seleccionar alguns excertos que, ao longo de alguns dias, nos ajudem a reflectir sobre "o Jesus real", o "Jesus histórico"

"A água é um elemento originário da vida e por isso também um dos símbolos primordiais da humanidade. Apresenta-se ao homem sob diversas formas e, consequentemente, com diversas interpretações.
Temos em primeiro lugar a fonte, a água fresca que brota do seio da terra. A fonte é origem, princípio, na sua pureza ainda límpida e intacta. Deste modo, a fonte aparece como elemento propriamente criador, e também como símbolo da fertilidade, da maternidade.
Em segundo lugar, existe o rio. Os grandes rios - o Nilo, o Eufrates e o Tigre - são, nas vastas terras que circundam Israel, os grandes dispensadores da vida, que aparecem quase divinos. Em Israel, é o Jordão que garante a vida à terra. Mas no baptismo de Jesus, (...) a simbologia da corrente inclui outra vertente: com a sua profundidade, representa também o perigo; a imersão na água profunda pode significar a imersão na morte, e a emersão pode simbolizar o renascimento.
Finalmente, há o mar como uma força admirada e vista com assombro na sua majestade, mas sobretudo temida como o antípoda da terra que é o espaço vital do homem. O Criador indicou ao mar os limites que este não pode superar: ele não deve engolir a terra. A travessia do Mar Vermelho tornou-se para Israel sobretudo o símbolo da salvação; mas recorda também a ameaça que se revelou fatal para os egípcios. (...) A travessia torna-se imagem do mistério da cruz. Para renascer, o homem deve primeiro entrar com Cristo no "Mar Vermelho": descer com Ele à morte, para depois com o Ressuscitado chegar de novo à vida."

(RATZINGER, Joseph - Jesus de Nazaré. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2007, pág. 302-303)