O Evangelho de hoje apresenta-nos Jesus perante uma mulher que, de acordo com a Lei, tinha cometido uma falta que merecia a morte. Como escreveu Santo Agostinho, “Relicti sunt duo: misera et misericordia", ficaram só os dois: a mísera e a misericórdia. A mulher perdeu publicamente a honra e estava em riscos de perder a vida; é a miséria humana. Essa mulher representa a humanidade pecadora, os dramas da vida de cada um, os gritos de desespero, as desilusões. Jesus tem uma palavra de misericórdia para com todos. À adúltera restituiu-lhe a beleza perdida, salvou-a.
Neste tempo quaresmal, Cristo convida-nos a fazer um exame de consciência e ver o que nos move e o que nos afasta d'Ele. São Paulo aos Filipenses afirma que renunciou "a todas as coisas" e considerou "tudo como lixo". E nós, procuramos lixo ou pérolas? Perdemo-nos nos bens mundanos ou procuramos Jesus Cristo? E é novamente S. Paulo quem nos aponta o caminho, "Só penso numa coisa: esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me chama em Cristo Jesus". Jesus de Nazaré está à nossa porta e bate. Se abrirmos o nosso coração, Ele entra e senta-se à mesa connosco. Então, é a festa. É a Páscoa.
Celebremos, pois, a misericórdia do Senhor e a alegria da reconciliação com Deus.
(Imagens retiradas de http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/arquivo/mao-deus.jpg e http://laurabmartins12.blogs.sapo.pt/arquivo/negrorezar_Deus.gif)