Ano Paulino e o sepulcro do Apóstolo
O Papa Bento XVI presidiu hoje à abertura solene do Ano Paulino, que assinala os 2000 anos do nascimento de São Paulo. Antes da celebração das Vésperas, na Basílica papal de São Fora de Muros, em Roma, o Papa abriu a Porta Paulina e foi acesa a chama paulina que arderá ao longo de todo o ano. Na cerimónia estiveram também presentes o patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu I, e outros líderes cristãos, sinal do diálogo ecuménico, sendo São Paulo lembrado como "Mestre das Nações", "nosso mestre, apóstolo e anunciador de Jesus Cristo". (Fonte: Ecclesia)
São Paulo terá sido sepultado, entre os anos 65 e 67, na Basílica Papal São Paulo Fora de Muros, depois de ter sido martirizado em Roma, por ordem do imperador Nero, responsável também pela execução de S. Pedro e de muitos outros cristãos. A história do porquê de os restos do Apóstolo serem venerados neste lugar é curiosa. Dada a sua cidadania romana, Paulo foi decapitado, por ser o modo de execução mais "nobre, rápido e sem sofrimento" conhecido na época, num local a poucos quilómetros da actual Basílica, chamado ad Aquas Salvia, onde actualmente se ergue uma igreja que lembra o lugar do seu martírio. Lucina, uma cristã romana, fez sepultar o corpo de Paulo no sepulcro pertencente à sua família, que se localizava numa das estradas de acesso a Roma, a Via Ostiense. Desde o início, este local tornou-se lugar de peregrinação por parte dos cristãos, mesmo durante o tempo da perseguição.
No século IV, o imperador Constantino, fazendo do Cristianismo a religião oficial do Império, construiu sobre o túmulo de Paulo uma Basílica dedicada à memória do Apóstolo, que foi consagrada a 18/11/324. Um grande incêndio em 1823 destruiu-a quase por completo, sendo reconstruída a partir dos materias antigos e pela traça anterior, e consagrada pelo Papa Pio IX, em 1854. (Fonte: António Valério, in Mensageiro do Coração de Jesus)