Memorial da Irmã Lúcia
A cela onde a Irmã Lúcia passou 55 anos da sua vida é reconstituída no museu, integrando o segundo piso do Memorial, um edifício projectado por Florindo Belo Marques e construído de raiz nos terrenos anexos à casa religiosa.
O Capelão do Carmelo de Coimbra, Pe. João Lavrador, evidencia à Agência ECCLESIA precisamente o forte apelo recebido de muitos que de perto gostariam de ver o ambiente em que a Irmã Lúcia viveu. “Uma vez que o visionamento da própria cela é impossível, decidiu reconstituir-se uma réplica da cela, com os objectos originais que compõem o seu ambiente”.
Aqui os visitantes terão oportunidade de ver não só o que pertencia à Irmã Lúcia mas também imaginar o que é próprio de uma vida de Carmelita, no seu essencial mas “na modéstia, na simplicidade e despojamento”, acrescenta o Pe. João Lavrador.
Alguns objectos são ilustrativos disso mesmo e dão conta da mensagem que Lúcia foi portadora, estabelecendo uma ligação a alguns acontecimentos. Pode então encontrar-se a batina que João Paulo II vestia quando sofreu o atentado, assim como um paramento que o Papa ofereceu ao Carmelo quando esteve em 2000 no santuário de Fátima, aquando da beatificação dos Pastorinhos.
“Alguma correspondência denunciadora da actividade escrita que a Irmã Lúcia desenvolvia, muitas cartas que recebia de algumas personalidades, ilustrativas do grande interesse que a sua figura mantinha a nível mundial”, exemplifica o Capelão do Carmelo.
“Trata-se de um despojamento por parte das carmelitas, e é muito bom para quem vê”, afirma. Para além da cela, o memorial vai oferecer ainda um itinerário da vida da Irmã Lúcia através de painéis, “onde se vai contando a sua história desde a infância até à morte. Vamos poder ver o seu trajecto no sentido humano, cristão, testemunhado através da sua vocação de carmelita. O caminho percorrido, desde Ponte Vedra e em particular a sua vida no Carmelo”.
Por questões de segurança, não se prevê que as pessoas possam “entrar dentro da cela, para precaver o resguardo dos próprios objectos”. O Pe. João Lavrador acredita que o local poderá ser visitado apenas algumas horas por dia, “mas todos os dias”, estando estas questões dependentes do regulamento do Museu. (...)
A página do Carmelo de Santa Teresa, apresenta o que será o memorial. (...)
Recorde-se que a Irmã Lúcia, falecida a 13 de Fevereiro de 2005, viveu em Coimbra, no Carmelo de Santa Teresa desde 1948 até à data da sua morte, aos 97 anos. Esteve sepultada durante um ano, numa campa térrea, no interior do Carmelo, tendo sido trasladada para Fátima a 11 de Fevereiro de 2006, onde foi sepultada junto dos outros dois Pastorinhos." (Agência Ecclesia)