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Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

Um menino irrequieto

21.05.07 | ssacramento

"Durante a sua meninice Maximiliano Kolbe era bastante irrequieto e pouco dócil às ordens dos pais. Certo dia, a sua mãe terá dito, em tom de desabafo, esta expressão: Meu filho, não sei o que hei-de fazer de ti!
Esta frase causou profunda impressão ao pequeno. Como já era muito devoto de Nossa Senhora, foi diante de uma imagem sua e, com simplicidade, contou-lhe tudo o que se tinha passado. Depois, regressou a casa. Chegando junto da mãe, disse:
- Mãe, lembra-se de ter dito que não sabia o que havia de fazer de mim?
- Lembro sim, meu filho!
- Pois eu fui ter com Nossa Senhora e disse-lhe isso mesmo.
- E Ela que te respondeu?
- Ela sorriu-se... Depois apresentou-me duas coroas de flores: uma coroa de flores brancas que, penso, simbolizam a pureza e outra de flores vermelhas que, segundo julgo, simbolizam o sacrifício. Ao mesmo tempo, disse-me: escolhe.
- E tu qual escolheste?
- Eu escolhi as duas...
Nossa Senhora sorriu-se novamente. O seu rosto era igual ao do quadro que temos na sala."

(SANTOS, P. Januário - Um mês com Maria mãe de Jesus. Cucujães: Editorial Missões, 1989)


Maximiliano Kolbe conquistou a coroa de flores brancas pelo apostolado mariano, fundando a Milícia da Imaculada e o jornal "Cavaleiro da Imaculada"; conquistou a coroa de flores vermelhas ao morrer no campo de concentração de Auschwitz em vez de um companheiro. Foi proclamado santo e mártir a 10/10/1982, pelo papa João Paulo II, acontecimento testemunhado por Franciszek Gajowniczek, o homem cujo lugar tomou e que sobreviveu aos horrores de Auschwitz.

(Imagem retirada de http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_19821010_massimiliano_kolbe_photo.html)

Liturgia e silêncio

20.05.07 | ssacramento
"Se alguém me perguntasse onde começa a vida litúrgica, eu responderia: com a aprendizagem do silêncio. Sem ele, tudo carece de seriedade, tudo se torna vão...; este silêncio é a condição primeira de toda a acção sagrada... Devemos exercitar-nos no silêncio, para bem da palavra. Porque a maior parte da liturgia consiste em palavras ditas por Deus ou dirigidas a Deus, e elas devem ser imensas, cheias de calma e de silêncio interior... O silêncio abre a fonte interior da qual brota a palavra." (Romano Guardini)

O silêncio é um elemento importante e estrutural da liturgia; ele permite a participação activa.
Podemos encontrar diferentes tipologias de silêncios litúrgicos:
  • Silêncio de recolhimento, para a oração pessoal, por exemplo, no acto penitencial, no início da missa, para tomar consciência de que está perante Deus, examinar a consciência e suscitar a verdadeira contrição dos pecados. É um convite a entrar em si mesmos e meditar;
  • Silêncio de apropriação, sobretudo durante a oração eucarística, em que apenas ressoa a voz do sacerdote enquanto a assembleia, reunida para a celebração litúrgica, mantém um silêncio religioso. É um silêncio de escuta e interiorização durante as grandes preces do presidente;
  • Silêncio meditativo, depois da proclamação da  palavra ou depois da homilia, que convida a reflectir brevemente sobre o que ouviram e pretende obter a plena ressonância da voz do Espírito Santo nos corações e unir mais estreitamente a oração pessoal à palavra de Deus. É o silêncio de resposta à proclamação da palavra de Deus e contribui para que esta seja melhor compreendida por cada um, provocando na assembleia uma maior adesão;
  • Silêncio de adoração, na comunhão ou no culto eucarístico. É o silêncio orante, que brota da palavra e assume uma expressão mais intensa no nosso encontro com o mistério eucarístico: quer se preparem para receber o Corpo e Sangue de Cristo, quer se detenham após a comunhão para louvar e rezar a Deus, no seu coração, quer quando prolongam a união com Ele, obtida através da comunhão, mediante a oração frente a Cristo, presente no sacramento.
O silêncio é, pois, um momento celebrativo e forma plena de participação litúrgica. Silêncio sagrado: silêncio de participação, condição espiritual para a inserção no mistério celebrado; silêncio expressivo, que rodeia a acção salvífica de Deus e a sua Palavra, sinal de fé e de reverência profunda da comunidade; silêncio pedagógico, silêncio de iniciação, capaz de criar o clima e as atitudes espirituais necessárias para a experiência litúrgica. É necessário redescobrir o silêncio litúrgico!

(Adaptado GARCÍA, Javier Berciano - Que é...o silêncio.Lisboa: Paulinas, 2000)

Um desafio para a educação

19.05.07 | ssacramento
Celebra-se amanhã o 41º Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano subordinado ao tema «As crianças e os meios de comunicação social: um desafio para a educação». A mensagem do Papa Bento XVI para este dia "convida-nos a reflectir sobre dois assuntos de imensa importância. A formação das crianças é o primeiro. O segundo, talvez menos óbvio mas não menos importante, é a formação dos meios de comunicação social.

Os complexos desafios que se apresentam para a educação nos dias de hoje estão frequentemente vinculados à ampla influência dos meios de comunicação social no nosso mundo. Como um dos aspectos do fenómeno da globalização, e facilitados pelo rápido desenvolvimento da tecnologia, os meios de comunicação social modelam profundamente o ambiente cultural (cf. Papa João Paulo II, Carta Apostólica O rápido desenvolvimento, 3). Com efeito, algumas pessoas afirmam que a influência formativa dos meios de comunicação social concorre com a da escola, da Igreja e talvez mesmo do lar. «Para muitas pessoas, a realidade corresponde ao que os mass media definem como tal» (Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Aetatis novae, 4).

2. A relação entre crianças, meios de comunicação social e educação pode ser considerada a partir de duas perspectivas: a formação das crianças por parte dos mass media; e a formação das crianças para que respondam apropriadamente aos mass media. Sobressai um tipo de reciprocidade que indica as responsabilidades dos meios de comunicação social como indústria e a necessidade de uma participação activa e crítica dos leitores, dos espectadores e dos ouvintes. Nesta perspectiva, formar-se no uso apropriado dos meios de comunicação social é essencial para o desenvolvimento cultural, moral e espiritual das crianças.

Como é que se há-de salvaguardar e promover o bem comum? Educar as crianças a serem judiciosas no uso dos mass media é uma responsabilidade que cabe aos pais, à Igreja e à escola. O papel dos pais é de importância primordial. Eles têm o direito e o dever de assegurar o uso prudente dos meios de comunicação social, formando a consciência dos seus filhos a fim de que expressem juízos sadios e objectivos, que sucessivamente há-de de orientá-los na escolha ou rejeição dos programas disponíveis (cf. Papa João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris consortio, 76). Ao agir deste modo, os pais deveriam contar com o encorajamento e a assistência das escolas e das paróquias, para garantir que este aspecto difícil mas estimulante da educação é apoiado pela comunidade mais vasta.

A educação aos mass media deveria ser positiva. As crianças expostas ao que é estética e moralmente excelente são ajudadas a desenvolver o apreço, a prudência e as capacidades de discernimento. Aqui é importante reconhecer o valor fundamental do exemplo dos pais e os benefícios da apresentação aos jovens dos clássicos infantis da literatura, das belas-artes e da música edificante. (...)

Como a educação em geral, a educação aos mass media exige a formação no exercício da liberdade. Trata-se de uma tarefa exigente. Muitas vezes a liberdade é apresentada como uma busca implacável do prazer e de novas experiências. Contudo, isto é uma condenação, não uma libertação! (...)

3. Esta aspiração sincera dos pais e professores de educar as crianças pelos caminhos da beleza, da verdade e da bondade somente pode ser sustentada pela indústria dos meios de comunicação social, na medida em que ela promover a dignidade humana fundamental, o valor genuíno do matrimónio e da vida familiar, e as conquistas e as finalidades positivas da humanidade. Deste modo, a necessidade que os mass media têm de se comprometerem na formação efectiva e nos padrões éticos é considerada com particular interesse e mesmo urgência, não só pelos pais e professores, mas também por todos aqueles que têm um sentido de responsabilidade cívica.

Mesmo quando estamos convencidos de que muitas pessoas comprometidas nos meios de comunicação social desejam realizar o que é justo (cf. Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Ética nas Comunicações, 4), devemos reconhecer também que as que trabalham neste campo enfrentam «pressões psicológicas e dilemas éticos particulares» (Aetatis novae, 19), que por vezes vêem a concorrência comercial impelir os comunicadores para níveis mais baixos. Qualquer tendência a realizar programas e produtos - inclusive desenhos animados e videojogos - que, em nome do entretenimento, exalta a violência e apresenta comportamentos anti-sociais ou a banalização da sexualidade humana constitui uma perversão, e é ainda mais repugnante quando tais programas são destinados às crianças e aos adolescentes. Como é que se poderia explicar este «entretenimento» aos numerosos jovens inocentes que realmente são vítimas da violência, da exploração e do abuso? A este propósito, todos deveriam reflectir sobre o contraste entre Cristo, que «as tomou [as crianças] nos braços e as abençoou, impondo-lhes as mãos» (Mc 10, 16) e aquele que «escandaliza... estes pequeninos», a quem «seria melhor... que lhe atassem ao pescoço uma pedra de moinho» (Lc 17, 2). Uma vez mais, exorto os responsáveis da indústria dos meios de comunicação social a salvaguardarem o bem comum, a promoverem a verdade, a protegerem a dignidade humana de cada indivíduo e a fomentarem o respeito pelas necessidades da família.

4. A própria Igreja, à luz da mensagem de salvação que lhe foi confiada, é também uma mestra de humanidade e valoriza a oportunidade de oferecer assistência aos pais, aos educadores, aos comunicadores e aos jovens. Os seus programas paroquiais e escolares deveriam ocupar um lugar de vanguarda na educação aos mass media nos dias de hoje. Sobretudo, a Igreja deseja compartilhar uma visão da dignidade humana que é central para toda a comunicação humana digna. «Eu vejo com os olhos de Cristo e posso dar ao outro muito mais do que as coisas externamente necessárias: posso dar-lhe o olhar de amor de que ele precisa» (Deus caritas est, 18)." (http://www.agencia.ecclesia.pt/cdecclesia/mdmcs/41.html)



O 1º Dia Mundial das Comunicações Sociais foi instituído pelo Papa Paulo VI, em 1967. As mensagens para este dia, desde essa data até ao presente, publicadas pelos Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI estão disponíveis em http://www.agencia.ecclesia.pt/cdecclesia/html/indice_mdcs.html

O valor do dia-a-dia

18.05.07 | ssacramento

"Depois de uma vida simples e serena, uma mulher morreu e encontrou-se imediatamente a fazer parte de uma longa e ordenadíssima procissão de pessoas que avançavam lentamente para o Juiz Supremo. À medida que se aproximava da meta, ouvia cada vez mais distintamente as palavras do Senhor. Ouviu, assim, o que o Senhor dizia a um:
- Tu socorreste-me quando estava ferido na auto-estrada e levaste-me ao hospital, entra no meu Paraíso.
Depois disse a um outro:
- Tu fizeste um empréstimo sem juros a uma viúva, vem receber o prémio eterno.
A outro disse o Juiz:
- Tu fizeste gratuitamente operações cirúrgicas muito difíceis, ajudando-me a restituir a esperança a muitos, entra no meu Reino.
E assim sucessivamente.
A pobre mulher começou a ficar aterrorizada porque, por mais que pensasse, não se recordava de ter feito nada de excepcional. Ainda tentou abandonar a fila para ter tempo de pensar, mas foi-lhe absolutamente impossível: um anjo sorridente, mas decidido, não permitiu que deixasse a fila.
Com o coração a bater forte, e muito temor, chegou diante do Senhor. Imediatamente sentiu-se envolvida pelo seu sorriso. Deus disse-lhe:
- Tu passaste a ferro as minhas camisas... Entra na minha felicidade." (FERREIRA, Pedrosa - Educar contando. Porto: Edições Salesianas, s/d)


Não é necessário ser-se famoso para entrar no Paraíso. Uma vida de dedicação e amor aos outros é aquilo que Deus realmente nos pede.


(Imagem retirada de http://www.magiagifs.hpg.ig.com.br/gifsevangelicos.htm)

As festas da Bíblia (VI): o Pentecostes

17.05.07 | ssacramento
A origem do Pentecostes está intimamente ligada à Páscoa, celebrando-se sete semanas depois da Páscoa, quer dizer, no 50º dia após a Páscoa e, por isso, a tradução grega chamou-lhe Festa do Pentecostes ou festa do Quinquagésimo Dia.

No Antigo Testamento hebraico era designada festa das (sete) Semanas. Era a festa da colheita do trigo, enquanto a da Páscoa era a das primícias da cevada. "Depois, contarás sete semanas, a partir do momento em que começares a meter a foice nas searas. Celebrarás então, a Festa das Semanas, em honra do Senhor." (Dt 16,10-12).

Inicialmente, tal como a Páscoa, o Pentecostes ligava-se à fertilidade dos campos. Com a história de Israel passou a ligar-se ao dom da Lei no monte Sinai, daí os rabinos lhe chamarem a Festa do Dom da Lei (mattan Torá).

No tempo da primeira comunidade cristã, Jesus enviou o Seu Espírito (o Espírito Santo) precisamente na semana em que se celebrava a festa do Pentecostes. A descida do Espírito sobre os Apóstolos aconteceu no meio de fenómenos semelhantes à "descida" da Lei no monte Sinai, com o ruído de trovões, o fogo dos relâmpagos, fumo, sismo (Act. 2,1-4 e Ex 19,16-19). O Espírito de Jesus, que desce sobre o novo povo, é a nova Lei dos cristãos, mas este Espírito só desce depois do conhecimento da Palavra de Jesus. Concluindo, o Pentecostes é a festa do Espírito de Jesus, que nos vem da Sua Palavra conhecida, vivida, anunciada."


(Adaptado de um artigo de Herculano Alves, Revista Bíblica, nº244)

25 anos depois, a defesa da dignidade humana

16.05.07 | ssacramento

15 de Maio de 1982! Estava-se no final da tarde daquele sábado e o centro do Porto, enfeitado de amarelo e branco, enchia-se de uma multidão de gente, aguardando o Papa para o ouvir falar dos problemas do trabalho e dos trabalhadores. As suas palavras sobre o papel dos sindicatos e o problema da luta de classes não terão agradado a todos, ao defender que "sem capital não há trabalho" e que os "detentores ou fornecedores do capital realizam uma obra em prol do bem comum, merecendo a consideração e o respeito de todos, ao abrirem novas frentes de trabalho e possibilitando empregos".  Porém, também referiu que o trabalho "não pode ser considerado apenas em função do capital".

 Vinte e cinco anos depois, foi a vez de D. Manuel Clemente, bispo do Porto, recordar as dificuldades da actual situação social e económica na região, assinalando que têm "sido reconhecidas e analisadas as dificuldades sociais e económicas da região, em especial no que toca às empresas e ao desemprego de muitos trabalhadores. Igualmente se verificam novos surtos emigratórios, em busca do trabalho que aqui escasseia". Aliás, defendeu que a resolução dos problemas sociais e económicos do país não pode colocar em causa a dignidade humana. “Os intervenientes no processo de desenvolvimento, mesmo quando se tenha de proceder a grandes alterações, deslocações, substituições e dispensas no quadro das empresas e serviços, devem pensar em alternativas viáveis para todos os eventualmente afectados, tendo em conta as respectivas idades e famílias”, defendeu.

O Bispo do Porto mostra-se preocupado com "os abandonos da escolaridade, atrasos na qualificação técnica e lacunas na formação especializada, precisamente onde mais urgentes elas se tornam para o desenvolvimento". "Sentem-se desencantos e desmotivações, por vezes muito precoces, em relação às perspectivas de vida, com reflexos negativos no campo da constituição e sustento da vida familiar e da disponibilidade para a participação social criativa. As boas notícias são poucas nestes campos interligados e envoltas num tom geral de apreensão sobre as capacidades da região e do país", prossegue.

Recordando as palavras proferidas pelo Papa João Paulo II a 15 de Maio de 1982, durante a visita ao Porto, D. Manuel Clemente lembra que a dignidade da pessoa humana deve ser uma “referência constante da análise que se faça e na solução que se procure”. Nesse sentido, o Bispo do Porto recorda que “o trabalho é o caminho próprio da realização humana” e por isso, defende, “deve ser encarado como um bem social de primeira ordem”. "Garantir trabalho, promover a habilitação escolar e profissional, desenvolver a formação contínua – convencendo delas os próprios trabalhadores, para si e para os seus filhos – e obviar à ociosidade forçada, tudo são garantias de uma sociedade realmente desenvolvida", apontou. (...)

"Estou certo de que os portuenses e portugueses recordam com gosto a inolvidável visita do Papa João Paulo II, há vinte e cinco anos. E que as palavras que então nos deixou iluminarão muitos dos que, nas circunstâncias actuais da sociedade e da economia, não desistem de criar um futuro em que a humanidade geral e de cada um seja o primeiro valor a garantir e promover. Uma sociedade em que caibamos realmente todos", conclui.”

(http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=46334&seccaoid=3&tipoid=4)

Semana da Vida

15.05.07 | ssacramento

"Como vem sendo feito desde 1994, a Conferência Episcopal Portuguesa, através da Comissão Episcopal competente na área da Família, organiza a Semana da Vida, que este ano decorre de 13 a 20 de Maio sob o lema «Felicidade humana – preocupação de Deus». Iniciativa lançada em 1991 pelo Papa João Paulo II, a Semana da Vida tem por objectivo «suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos e condições, concentrando a atenção de modo especial na gravidade do aborto e da eutanásia, sem contudo menosprezar os outros momentos e aspectos da vida…» (EV 85).

Os recentes acontecimentos vividos pela sociedade portuguesa, chamada a pronunciar-se sobre a legalização do aborto, bem como o processo de elaboração da respectiva lei, dizem-nos quanto é necessária a promoção de iniciativas que fomentem no nosso país uma verdadeira cultura da vida.

Que esta Semana da Vida 2007 possa significar para todos nós um crescimento na fé, base sólida para a formação da consciência e alavanca da criatividade e ousadias necessárias à participação activa na vida da Igreja e da Sociedade." (http://www.ecclesia.pt/semanadavida2007)


Nas ligações abaixo indicadas, podem ser encontrados outros documentos sobre os seguintes aspectos:


Na entrevista concedida pelo Papa Bento XVI aos jornalistas durante o voo para o Brasil do dia 9 deste mês, foi também abordado o tema da vida. Um dos jornalistas questionava-o sobre "uma proposta de referendo sobre o tema do aborto; na Cidade do México há duas semanas foi despenalizado o aborto. Que pode fazer a Igreja para conter esta tendência, para que não se propague a outros países da América Latina, tendo presente que no México o Papa foi até acusado de ingerência por ter apoiado os Bispos? E concorda com a Igreja mexicana que os parlamentares que aprovam estas leis que são contra os valores de Deus devem ser excomungados?"

O Papa respondeu: "Há uma grande luta da Igreja pela vida. Vós sabeis que o Papa João Paulo II fez dela um ponto fundamental de todo o seu pontificado. Escreveu uma grande encíclica sobre o Evangelho da vida. Naturalmente, prosseguimos com esta mensagem de que a vida é um dom de Deus e não uma ameaça. Parece-me que na base destas legislações haja por um lado um certo egoísmo e por outro uma dúvida sobre o futuro. E a Igreja responde sobretudo a estas dúvidas: a vida é bela, não é algo duvidoso, mas é um dom e também em condições difíceis a vida permanece sempre um dom. Portanto, deve-se voltar a criar esta consciência da beleza do dom da vida. E depois, outra coisa, a dúvida do futuro: naturalmente há tantas ameaças no mundo, mas a fé dá-nos a certeza de que Deus é sempre mais forte e permanece presente na história e podemos, com confiança, também dar a vida a novos seres humanos. Com a consciência de que a fé nos dá sobre a beleza da vida e sobre a presença providente de Deus no nosso futuro podemos resistir a estes medos que estão na base destas legislações."


Esta entrevista pode ser consultada na íntegra aqui.


S. Matias, Apóstolo

14.05.07 | ssacramento
S. Matias "é o homem da sorte grande. Não pertencia ao grupo dos "Doze", mas coube-lhe por sorte tomar o lugar de Judas no "Colégio Apostólico". Tinha acompanhado Jesus "desde o baptismo do Jordão até ao dia em que foi levado ao alto", testemunha oculta da sua vida, morte e ressurreição. Foi a condição para se tornar Apóstolo. Quem quiser tornar-se apóstolo de Cristo, tem de ser sua testemunha. Mas antes de deitarem sortes [Actos 1, 15-17.20-26], já Cristo era a sorte de Matias, que deixara tudo para o seguir.

A todo o cristão lhe coube em sorte viver na intimidade de Cristo, para ser enviado em missão ao mundo. Já não somos servos, mas amigos. A investidura e sinal por onde nos hão-de reconhecer é o amor que tivermos uns aos outros. Foi o hábito com que Cristo nos revestiu, para nos distinguir e autorizar diante dos homens. A grande missão é amar. O fruto que vamos colher nasce do amor que semearmos. Muito colhe quem muito ama.

Senhor, a minha sorte grande és Tu!"

(GUERRA, Paulo - Pão da Palavra I. Braga: Editorial A.O., 2001)


A Mensagem de Fátima

13.05.07 | ssacramento
O bispo da diocese de Leiria-Fátima, D. António Marto, no seu livro "Fátima e a Modernidade", cita o escritor convertido Paul Claudel afirmando que "Fátima é o maior acontecimento religioso da primeira metade do século XX, uma explosão transbordante do sobrenatural neste mundo prisioneiro da matéria".

Maria serviu-se de gente simples e pobre. Pede a paz entre os povos. Oferece o Seu Filho presente na Eucaristia e na Palavra e oferece-se a Si mesma como ponto de encontro através do símbolo do seu Coração Imaculado, usando a linguagem do coração a coração.

A sua mensagem é um apelo profético, orientador da humanidade para a paz de Deus. É também uma Promessa da paz pela conversão ao Amor misericordioso de Deus. É um eco do Evangelho para o nosso tempo.

O historiador inglês Hobsbawn considera o século XX como um "século breve", que começa com a primeira guerra mundial, em 1914, e termina com a queda do muro de Berlim, em 1989, período este que é abrangido pela mensagem de Fátima. Num século marcado pela primeira e segunda guerras mundiais, a mensagem de Fátima "destina-se de modo particular aos homens do nosso século, marcado pelas guerras, pelo ódio, pela violação dos direitos fundamentais do homem, pelo enorme sofrimento de homens e nações e, por fim, pela luta contra Deus até à negação da sua existência" (João Paulo II).

Face à humanidade ferida, a mensagem de Fátima é porta-voz do clamor das vítimas e convida a pararmos face ao mistério do homem perante o mistério de Deus. Maria é a "nuvem de misericórdia que carrega as angústias e esperanças de todo o mundo" (S. Tiago de Sarug).

Toda a mensagem de Fátima é ainda apresentada num horizonte de fé cristológica e trinitária, constando de três ciclos:
  • ciclo angélico, respeitante às aparições do anjo, em 1916;
  • ciclo mariano, referente às aparições de Nossa Senhora, entre 13 de Maio e 13 de Outubro de 1917;
  • ciclo do Coração de Maria, relativo às aparições de Pontevedra, em 1925-6, e de Tuy, em 1929, sobre o mistério da Santíssima Trindade, o sacrifício eucarístico e a presença participante de Maria sob a cruz.
É pois esse mistério de amor trinitário que celebramos na Eucaristia. (Adaptado de MARTO, António - Fátima e a Modernidade. Profecia e Escatologia. Viseu: Fundação Jornal da Beira, s/d)

O documento completo Fátima e a Modernidade: Profecia e Escatologia pode ser obtido aqui.



A Homília do Cardeal Angelo Sodano, na Eucaristia de encerramento da Peregrinação Internacional a Fátima, intitulada "Fátima: o Amor de uma Mãe", pode ser lida em http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=46285&seccaoid=9&tipoid=31


Já não é segredo

12.05.07 | ssacramento
"O Santo Rosário é, desde há muito, a forma de oração mais amada do povo português. A maior parte dos portugueses aprendem a rezar, rezando o terço. O facto de Nossa Senhora o ter pedido explicitamente em Fátima, tornou o Rosário numa missão específica do povo português. A reza do terço é expressão do traço fundamental da nossa cultura espiritual, o amor a Nossa Senhora. Com ela, aprendemos a contemplar o mistério de Cristo, a amar a Igreja, a contemplar a Santíssima Trindade.

O caminho da santidade tem em Portugal um nome: Maria. Ela ensina-nos a simplicidade na oração, a ternura na forma de amar, o segredo do crescimento na caridade, que é contemplar com o coração. (...)

[Recordemos] algumas afirmações do Papa, aquando da sua visita apostólica a Portugal em 1982, realçando a importância do Rosário na devoção do povo português à Mãe de Deus. (...)

'Eu mesmo não descurei ocasião para exortar à recitação frequente do Rosário. Desde a minha juventude, esta oração teve um lugar importante na minha vida espiritual. (...) O Rosário acompanhou-me nos momentos de alegria e nas provações. A ele confiei tantas preocupações; nele encontrei sempre conforto. (...) No dia 29 de Outubro de 1978, apenas duas semanas depois da minha eleição para a Sé de Pedro, quase numa confidência, assim me exprimi: O Rosário é a minha oração predilecta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade. (...)

O Rosário oferece o "segredo" para abrir mais facilmente a um conhecimento profundo e empenhado de Cristo, que poderíamos chamar o caminho de Maria. É o caminho do exemplo da Virgem de Nazaré, mulher de fé, de silêncio e de escuta. (...)

Venho em peregrinação a Fátima como a maioria de vós, amados peregrinos, com o terço na mão, o nome de Maria nos lábios e o cântico da misericórdia de Deus no coração: Ele também "a mim fez grandes coisas... A sua misericórdia estende-se de geração em geração" (Lc 1,49-50).

Durante séculos e, podemos talvez dizer, sempre entre a gente simples e humilde, no cerne ancestral de Portugal, se exprimiu uma interpretação válida da sua cultura, língua e hábitos de vida através da religião e da vida cristã. Em certo sentido, a vida estava centrada e organizada à volta dos acontecimentos religiosos; e aí, sempre em primeiro plano, a figura de Nossa Senhora. (...) [Por isso,] sede leais convosco próprios, zelai a vossa herança de fé, de valores espirituais e de honestidade de vida, que recebestes dos vossos anciãos, à luz e com as benção de Maria Santíssima; é uma herança rica e boa. E quereis que vos ensine um "segredo" para a conservar? É simples e já não é segredo: "rezai muito; rezai o terço todos os dias."" (Conferência Episcopal Portuguesa - O Rosário com João Paulo II. Fátima: Santuário de Fátima, 2003)



Amanhã comemora-se o 90º aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora, aos pastorinhos, em Fátima. Lembremos esse domingo de 1917.


[A] “13 de Maio de 1917, domingo, depois de terem ido à Missa, os três Pastorinhos levaram o rebanho para a Cova da Iria. Ao meio dia viram um relâmpago; iam a correr para casa quando viram uma Senhora, mais brilhante que o Sol, toda vestida de branco sobre uma carrasqueira.

 

"– Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.

  – De onde é Vossemecê? Perguntei-lhe.

  – Sou do CÉU.

  – E que é que Vossemecê me quer?

  – Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora, depois direi quem sou e o que quero.

Depois de nos haver dito que íamos para o Céu, perguntou:

  – Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?

  – Sim, queremos – foi a nossa resposta.

  – Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

Nossa Senhora acrescentou:

  – Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.”

 

Nessa mesma tarde Lúcia recomendou aos primos que guardassem segredo, mas Jacinta tão entusiasmada com a “Senhora tão bonita” contou tudo em casa. A notícia espalhou-se, mas quase ninguém acreditava. Os Pastorinhos tiveram muito que sofrer, até da parte da família. A mãe da Lúcia até lhe bateu.” (http://pastorinhos.no.sapo.pt/pastorinhosfatima.htm)



 
Hoje, pelas 21,30 horas, far-se-á a procissão de velas acesas pelas ruas da Paróquia. A concentração será no Adro da Igreja (Centro Social) e percorrerá as ruas Monsenhor Fonseca Soares, António Patrício, António Cardoso, Feliciano Castilho, Guerra Junqueiro, João Martins Branco, terminando na Igreja Paroquial.