"O Santo Rosário é, desde há muito, a forma de oração mais amada do povo português. A maior parte dos portugueses aprendem a rezar, rezando o terço. O facto de Nossa Senhora o ter pedido explicitamente em Fátima, tornou o Rosário numa missão específica do povo português. A reza do terço é expressão do traço fundamental da nossa cultura espiritual, o amor a Nossa Senhora. Com ela, aprendemos a contemplar o mistério de Cristo, a amar a Igreja, a contemplar a Santíssima Trindade.
O caminho da santidade tem em Portugal um nome: Maria. Ela ensina-nos a simplicidade na oração, a ternura na forma de amar, o segredo do crescimento na caridade, que é contemplar com o coração. (...)
[Recordemos] algumas afirmações do Papa, aquando da sua visita apostólica a Portugal em 1982, realçando a importância do Rosário na devoção do povo português à Mãe de Deus. (...)
'Eu mesmo não descurei ocasião para exortar à recitação frequente do Rosário. Desde a minha juventude, esta oração teve um lugar importante na minha vida espiritual. (...) O Rosário acompanhou-me nos momentos de alegria e nas provações. A ele confiei tantas preocupações; nele encontrei sempre conforto. (...) No dia 29 de Outubro de 1978, apenas duas semanas depois da minha eleição para a Sé de Pedro, quase numa confidência, assim me exprimi: O Rosário é a minha oração predilecta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade. (...)
O Rosário oferece o "segredo" para abrir mais facilmente a um conhecimento profundo e empenhado de Cristo, que poderíamos chamar o caminho de Maria. É o caminho do exemplo da Virgem de Nazaré, mulher de fé, de silêncio e de escuta. (...)
Venho em peregrinação a Fátima como a maioria de vós, amados peregrinos, com o terço na mão, o nome de Maria nos lábios e o cântico da misericórdia de Deus no coração: Ele também "a mim fez grandes coisas... A sua misericórdia estende-se de geração em geração" (Lc 1,49-50).
Durante séculos e, podemos talvez dizer, sempre entre a gente simples e humilde, no cerne ancestral de Portugal, se exprimiu uma interpretação válida da sua cultura, língua e hábitos de vida através da religião e da vida cristã. Em certo sentido, a vida estava centrada e organizada à volta dos acontecimentos religiosos; e aí, sempre em primeiro plano, a figura de Nossa Senhora. (...) [Por isso,] sede leais convosco próprios, zelai a vossa herança de fé, de valores espirituais e de honestidade de vida, que recebestes dos vossos anciãos, à luz e com as benção de Maria Santíssima; é uma herança rica e boa. E quereis que vos ensine um "segredo" para a conservar? É simples e já não é segredo: "rezai muito; rezai o terço todos os dias.""
(Conferência Episcopal Portuguesa - O Rosário com João Paulo II. Fátima: Santuário de Fátima, 2003)
Amanhã comemora-se o 90º aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora, aos pastorinhos, em Fátima. Lembremos esse domingo de 1917.[A] “13 de Maio de 1917, domingo, depois de terem ido à Missa, os três Pastorinhos levaram o rebanho para a Cova da Iria. Ao meio dia viram um relâmpago; iam a correr para casa quando viram uma Senhora, mais brilhante que o Sol, toda vestida de branco sobre uma carrasqueira.
"– Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
– De onde é Vossemecê? Perguntei-lhe.
– Sou do CÉU.
– E que é que Vossemecê me quer?
– Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora, depois direi quem sou e o que quero.
Depois de nos haver dito que íamos para o Céu, perguntou:
– Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?
– Sim, queremos – foi a nossa resposta.
– Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.
Nossa Senhora acrescentou:
– Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.”
Nessa mesma tarde Lúcia recomendou aos primos que guardassem segredo, mas Jacinta tão entusiasmada com a “Senhora tão bonita” contou tudo em casa. A notícia espalhou-se, mas quase ninguém acreditava. Os Pastorinhos tiveram muito que sofrer, até da parte da família. A mãe da Lúcia até lhe bateu.” (http://pastorinhos.no.sapo.pt/pastorinhosfatima.htm)
Hoje, pelas 21,30 horas, far-se-á a procissão de velas acesas pelas ruas da Paróquia. A concentração será no Adro da Igreja (Centro Social) e percorrerá as ruas Monsenhor Fonseca Soares, António Patrício, António Cardoso, Feliciano Castilho, Guerra Junqueiro, João Martins Branco, terminando na Igreja Paroquial.