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Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

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Viver Maio

01.05.07 | ssacramento
"No tempo de Páscoa inicia-se o bonito mês de Maio, quando as árvores se revestem de flores, o verde surge por todo o lado e as aves acordam cedo de manhã. O mês de Maio é consagrado a Maria. Maria é cantada em muitos cânticos como a mais bonita entre todas as flores. Nela se contempla o que as flores que desabrocham na natureza trazem consigo como profecia. E ela é uma imagem de nós e da beleza interior que cada um traz em si, porque Deus criou cada um de nós como um ser bom e bonito. Cada um de nós é uma flor única no jardim de Deus." (GRUN, Anselm - Ao ritmo do tempo dos monges. Prior Velho: Paulinas, 2006)

Liturgicamente, o mês de Maio também "está ligado ao Espírito Santo que, descendo no Cenáculo sobre Maria e os Apóstolos, os envia pelos caminhos do mundo. É inconcebível uma verdadeira evangelização que não esteja relacionada com o Espírito Santo e Nossa Senhora. (...) A vocação missionária da Igreja está ligada a Nossa Senhora. É a missão materna de gerar e fazer crescer Cristo nas pessoas. Maria é o molde, a forma, que o Espírito Santo usou para formar a perfeita humanidade de Cristo, e é o mesmo molde que Deus usa para formar cada um de nós. (...) A nossa vocação assemelha-se à vocação de Maria quando, como Ela, acolhemos os últimos e os mais distantes, em quem Maria descobre o rosto deformado do seu Filho Crucificado, que tomou sobre si as culpas da humanidade. Ela, refúgio dos pecadores e consoladora dos aflitos, a todos sabe acolher." (http://www.fatimamissionaria.pt/sim/biblioteca/revista/32/24_25_maio_075.pdf)

"Maio é o mês dedicado pelos movimentos operários à solidariedade, à partilha, do pouco que têm, dado os seus baixos salários e ao desemprego que existe no nosso país. Luta-se para que haja um Maio em que todos vivamos numa sociedade globalizada sadia, que ajude as pessoas a crescer no amor, nos valores e não os impeçam de se unirem para uma luta colectiva, porque, este impedimento é um obstáculo à solidariedade e à caridade. (...) Homens e Mulheres, precisam de um emprego estável, que vá para além do indispensável para sobreviver, tendo presente, igualmente, a dignidade da pessoa e a realização pessoal no trabalho que desempenham. Um trabalho em que não impeçam as mulheres de serem mães sem estarem em risco de perder o seu emprego. A verdadeira riqueza reside antes de tudo, na capacidade de nós construirmos uma sociedade em que cada olhar distribua um sorriso. Mas tudo isto, passa por uma mudança de mentalidades e atitudes; dizendo não a esta sociedade de consumo, ao supérfluo, que muitas vezes põe em causa a própria dignidade. (...) Como disse João Paulo II “É preciso trabalhar para uma cultura de regras que não tenha apenas em conta aspectos comerciais, mas que se ocupe igualmente da defesa dos direitos do Homem em todas as partes do Mundo”.  (http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=45699&seccaoid=9&tipoid=46)

E porque hoje é o dia 1º de Maio, na Europa, é também o dia da «Festa do trabalho» e que está ligado à implantação do capitalismo e às lutas de classes de finais do século XIX e início do século XX. "A Igreja que se mostrou sempre sensível aos problemas do mundo do trabalho, quis dar uma dimensão cristã a este dia. Nesse sentido, Pio XII, em 1955, colocava a «Festa do trabalho» sob a protecção de S. José, na certeza de que ninguém melhor do que este trabalhador poderia ensinar aos outros trabalhadores a dignidade sublime do trabalho. Operário durante toda a sua vida, S. José teve como companheiro de trabalho, na oficina de Nazaré, o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo. E foi, na verdade, Jesus que lhe ensinou que o trabalho nos associa ao Criador, dando-nos a possibilidade de aperfeiçoar a natureza, de acabar a criação divina. O trabalho é um serviço prestado aos irmãos. O trabalho é um meio de nos associarmos à obra redentora de Cristo." (http://agencia.ecclesia.pt/ecclesiaout/liturgia/liturgia_site/santos/santos_ver.asp?cod_santo=66)


Preocupado com as condições dos operários, a 15 de Maio de 1891, o Papa Leão XIII publicou a Encíclica "Rerum Novarum". Nesta defendia que o operário deve "fornecer integral e fielmente todo o trabalho a que se comprometeu por contrato livre e conforme à equidade; não deve lesar o seu patrão, nem nos seus bens, nem na sua pessoa; as suas reivindicações devem ser isentas de violências(...); quanto ao principal dever do patrão "é necessário colocar, em primeiro lugar, o de dar a cada um o salário que convém.(...) [pois] explorar a pobreza e a miséria e especular com a indigência, são coisas igualmente reprovadas pelas leis divinas e humanas". No entanto, é preciso não esquecer que "a verdadeira dignidade do homem e a sua excelência reside nos seus costumes, isto é, na sua virtude; que a virtude é o património comum dos mortais, ao alcance de todos, dos pequenos e dos grandes, dos pobres e dos ricos; só a virtude e os méritos, seja qual for a pessoa em quem se encontrem, obterão a recompensa da eterna felicidade." (http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum_po.html)

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