Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

A estrela de Belém era uma estrela nova?

04.12.07 | ssacramento
O Evangelho relata-nos que, há quase 2.000 anos, surgiram em Jerusalém uns magos, portadores de ouro, incenso e mirra, vindos do Oriente, seguindo uma estrela, que os veio guiando até ali, onde desaparecera.

Quando os magos se apresentaram diante do velho déspota Herodes, este ficou enormemente perturbado, tendo reunido os sábios da corte e os recém-chegados para averiguar mais sobre aquela estrela e o tempo da sua aparição. Desde então, muitos astrónomos, eruditos, exegetas e cientistas, prosseguiram com as investigações iniciadas por Herodes, sendo propostas diversas teorias e opiniões que, até hoje, não conseguiram esclarecer o mistério.

Uma primeira hipótese que parece impor-se com naturalidade é que seria uma estrela nova. Certas estrelas, em determinados momentos da sua vida e durante alguns meses, adquirem uma tal intensidade que chegam a multiplicar 100.000 vezes a sua própria luz, parecendo o nascimento de uma nova estrela e daí o seu nome.

Já Hiparco de Rodes conta ter detectado uma estrela nova cerca de 134 a.C. e tal era o seu brilho que podia ver-se à luz do dia. Mas foi em 1572 que uns navegantes espanhóis avistaram uma estrela nova, que durante um mês brilhou tanto como Vénus até se extinguir. Com estes dados, no século XVIII, Goodrich formulou uma teoria, deduzindo que essa estrela se deixava ver cada trezentos anos e que seria essa estrela que surpreenderia os magos. Esta hipótese explicaria como eles podiam viajar durante o dia guiados pela estrela e o seu desaparecimento após alguns meses, o tempo suficiente para os conduzir desde o Oriente.

(artigo de Ariel Álvarez Valdés, in Revista Bíblica, Novembro-Dezembro 2007)

Encíclica do Papa Bento XVI sobre a Esperança Cristã (Spe Salvi)

03.12.07 | ssacramento
“SPE SALVI facti sumus” – é na esperança que fomos salvos: diz São Paulo aos Romanos e também a nós (Rm 8,24). A “redenção”, a salvação, segundo a fé cristã, não é um simples dado de facto. A redenção é-nos oferecida no sentido que nos foi dada a esperança, uma esperança fidedigna, graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo: o presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho. E imediatamente se levanta a questão: mas de que género é uma tal esperança para poder justificar a afirmação segundo a qual a partir dela, e simplesmente porque ela existe, nós fomos redimidos? E de que tipo de certeza se trata?". (Introdução da Encíclica Spe Salvi)

Depois da primeira encíclica, "Deus Caritas Est" (Deus é Amor), o Papa Bento XVI publicou, a 30 de Novembro, a sua segunda encíclica "Spe Salvi" (A Esperança Cristã). A partir de textos bíblicos, o Papa escreve sobre a esperança cristã, estruturando a sua reflexão nos seguintes pontos:

A fé é esperança
O conceito de esperança baseada sobre a fé no Novo Testamento e na Igreja primitiva
A vida eterna – o que é?
A esperança cristã é individualista?
A transformação da fé-esperança cristã no tempo moderno
A verdadeira fisionomia da esperança cristã

“Lugares” de aprendizagem e de exercício da esperança:

I. A oração como escola da esperança

II. Agir e sofrer como lugares de aprendizagem da esperança

III. O Juízo como lugar de aprendizagem e de exercício da esperança


A leitura integral da Carta Encíclica encontra-se disponível
aqui.

Advento

02.12.07 | ssacramento
Hoje é o primeiro Domingo do Advento e com ele inicia-se um novo ano litúrgico. Na nossa comunidade, a vivência do Advento passa por alguns momentos importantes:

  • pela oração, com a exposição do Santíssimo Sacramento na próxima 5ª feira (dia 6 de Dezembro), das 9 às 18,45 horas;
pela reconciliação. Também na próxima quinta-feira, o padre Jorge Veríssimo estará disponível para atender de confissão quem o desejar;
  • pela partilha. A Casa-Acolhimento Santa Marta aguarda as nossas dádivas. De que modo o poderemos fazer? Com as nossas ofertas todos os primeiros domingos de cada mês e através das compras que realizarmos na Venda de Natal, que irá decorrer no salão paroquial, até ao próximo dia 9 de Dezembro.

Advento significa vinda ou chegada. O Deus-Menino já veio. Neste período preparamo-nos para comemorar a passagem histórica de Deus pela nossa terra, o seu nascimento no mundo, o dia de anos de Deus entre nós. O Natal aproxima-se. Que prenda vamos dar ao aniversariante?

Ele, Jesus, já veio e lançou a semente, deixou a Palavra, deu o exemplo, fez um convite que O imitemos.... Há muito a fazer. É preciso despertar do sono, revestir-nos d'Ele, viver pacientemente o tempo que passa.

(Adaptado da Revista Mensageiro de Jesus, Dezembro 2007)

O regresso de Jesus para a Galileia

01.12.07 | ssacramento
No Evangelho de Mateus, o regresso de Jesus para a Galileia (2,1-23) é tal, como o massacre dos meninos de Belém e a fuga para o Egipto, um episódio que lembra Moisés. A Sagrada Família regressa não à Judeia, que Mateus considera que não é digna de hospedar o Messias e não tanto por medo de Arquelau, mas sim à Galileia, terra semi-pagã, onde anunciará a Palavra e será bem recebido, ao contrário da Judeia. É o universalismo da mensagem de Jesus, que vai ao encontro de todos os povos.

Arquelau, filho de Herodes, o Grande (2,22-23), foi tão sanguinário como o pai. Mandou matar de uma só vez 3.000 pessoas no templo e misturou o seu sangue com o das vítimas que estavam a ser oferecidas. O horror foi tal que até o próprio imperador de Roma lhe tirou o trono e o desterrou para Vienne (Gália).

O regresso do Egipto é, em Jesus, o reviver da volta do povo do Antigo Testamento, do Egipto para a Terra Prometida. Tal como Moisés e o povo foram perseguidos até ao Mar dos Juncos, onde ficaram livres, assim Jesus, chegado a Jerusalém, teve que fugir do perseguidor Arquelau para a Galileia, um território mais seguro. Segundo Mateus, Jesus refaz a caminhada do antigo povo, para dizer que vai formar um novo povo, de que Ele é o novo Moisés.

Para Mateus, do mesmo modo que Moisés foi a grande personagem do Êxodo do Egipto, Jesus será o condutor do novo Êxodo. É Ele que vem actualizar a libertação. Este novo povo está enxertado no povo do Antigo Testamento, na sua escravidão e libertação, tendo em Jesus um Condutor seguro, um novo Moisés que o levará à verdadeira Terra Prometida.

Com o Evangelho da Infância, Mateus faz teologia dentro de um fundo certamente histórico: Jesus, tal como Moisés, veio ao mundo num ambiente hostil, ameaçado de morte logo à nascença. Jerusalém aparece já com a marca da perseguição e é lá que o Filho de Deus vai ser morto, não às mãos ameaçadoras de Herodes, mas dos seus próprios coincidadãos e dos Romanos.

Concluindo, não podemos esquecer que Mateus escreve estas narrativas muito depois da ressurreição de Jesus e pretendem confirmar essa mesma ressurreição. O Evangelho da Infância não é um prólogo, mas sobretudo um epílogo, uma espécie de conclusão onde se resumem as grandes ideias teológicas do evangelista acerca de Jesus.

Os dois grandes acontecimentos de Israel, Êxodo e Exílio, são revividos pelo próprio Messias, Filho de Deus, e este Evangelho da Infância é o lugar onde o Antigo Testamento, conduzido por Moisés, se encontra com Jesus.


(Artigo de Herculano Alves, Revista Bíblica Novembro/Dezembro 2007)

Pág. 4/4