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Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

Um dia a mais...

29.02.08 | ssacramento
O ano tem 365 dias e 6 horas, aproximadamente o tempo que a Terra demora no seu movimento de translação em volta do Sol. Por isso, no nosso calendário há anos bissextos, para se corrigir essa discrepância entre o ano-calendário convencional e o ano solar. Esse dia extra é então incluído no mês de Fevereiro, que passa a ter 29 dias.

2008 é um ano bissexto. Porém, embora seja verdade que o calendário nos apresenta mais um dia, também não nos podemos esquecer que é um dia a mais do qual daremos contas. É um dia a mais que devemos acrescentar à nossa responsabilidade.

Neste dia ficou cada uma das acções que realizámos; boas ou más, deixamos uma marca indelével. Talvez sintamos a tentação de dizer que este dia foi bom ou mau para nós, conforme nos tenham corrido os estudos, os negócios, o trabalho. Mas não deveria ser essa a nossa baliza. Foi um dia bom se nele progredimos, se nos aperfeiçoámos, cultivámos espiritualmente, se vivemos no amor e para o amor de Deus e dos irmãos.



(Adaptado de MILAGRO, Alfonso - Os cinco minutos de Deus. Cucujães: Editorial Missões, 2005)

Pôncio Pilatos, um governador controverso

28.02.08 | ssacramento
Desde o início do seu mandato, Pôncio Pilatos apresentou um estilo governativo diferente dos romanos (estes, geralmente, respeitavam a cultura dos povos dominados e a sua sensibilidade religiosa). Deste modo, pela calada da noite, fez introduzir em Jerusalém os estandartes romanos com a efígie do imperador, tendo como consequência os protestos da multidão, à porta da sua casa, durante cinco dias e que teve como fim a retirada dos ditos estandartes da Cesareia.

Pilatos também usou o dinheiro do tesouro do Templo na construção de um aqueduto para abastecer de água Jerusalém e, claro, surgiu uma nova revolta popular que foi reprimida de forma violenta e ardilosa (os soldados disfarçaram-se e introduziram-se no meio da multidão). Lucas refere que Pilatos misturou o sangue de uns galileus com o sangue dos sacrifícios que eles ofereciam ( Lc 13,1), sinal de violência mas também de desrespeito pelo Templo.

A machadada final foi dada com a sangrenta repressão dos samaritanos, que tinham seguido um pretenso revolucionário no monte Garizim. Os samaritanos recorreram ao legado da Síria, Lúcio Vitélio, que retirou Pilatos e o enviou a Roma para que o caso fosse analisado por Tibério (este morreu e sucedeu-lhe Calígula). Segundo Eusébio (século IV), Pilatos caiu em desgraça do novo imperador e suicidou-se. A verdade é que a partir da demissão nada se sabe ao certo sobre Pôncio Pilatos.

Muitas lendas envolvem o final da vida de Pilatos, numa tentativa para ilibar a sua figura, talvez com o objectivo de reduzir a culpa da autoridade romana na morte de Jesus. Entre os vários escritos apócrifos relativos a Pilatos, o mais célebre é o Evangelho de Nicodemos ou Acta Pilati, escrito em meados do século IV, em que Pilatos se converte com as declarações dos guardas do sepulcro acerca da ressurreição e resolve escrever uma carta a Tibério exaltando a pessoa de Jesus.


(Artigo de Geraldo Morujão, In Revista Bíblica Jan/Fev 2008)

Uma figura bíblica: Pôncio Pilatos

27.02.08 | ssacramento
Em 1961, numas escavações arqueológicas de Cesareia Marítima foram encontradas algumas moedas romanas (dos anos 29 a 31), bem como uma pedra com uma inscrição dedicada ao imperador romano Tibério César, mandada fazer pelo Prefeito da Judeia, Pôncio Pilatos. Mas, afinal, quem foi Pôncio Pilatos?

Fora do Novo Testamento e das fontes cristãs, há notícias de Pilatos em Filão de Alexandria, Tácito e Fávio Josefo. Quanto ao Novo Testamento, o nome de Pilatos aparece nos quatro Evangelhos, nos Actos dos Apóstolos e na 1ª Carta a Timóteo, mas apenas duas vezes surge como sendo Pôncio Pilatos (Mt 27,2 e Lc 3,1). Em Mateus e Lucas é designado pelo título genérico de "governador". Este cargo dava-lhe funções judiciais, fiscais e militares numa circunscrição de segunda categoria (Judeia, Samaria e Idumeia). Os governadores eram nomeados por três anos, mas o imperador Tibério resolveu prolongar os mandatos para evitar os excessos de ganância e enriquecimento num curto espaço de tempo. Assim, Pilatos exerceu este cargo durante 10 anos (entre 26 e 36), sendo o 5º governador da Judeia (o 2º no tempo de Tibério), sucedendo a Valério Grato.

A sua residência oficial era em Cesareia, cidade reconstruída por Herodes, o Grande, em honra de César. Deslocava-se a Jerusalém por ocasião das festas judaicas, para controlar mais facilmente as insurreições populares, então frequentes. Em Cesareia e nas principais cidades tinha uma guarnição militar com tropas recrutadas nas regiões vizinhas da Judeia.

Pilatos seria casado e o Evangelho de S. Mateus (26,19) relata a intervenção da sua mulher a favor de Jesus. Quanto as Apócrifos, dizem que a esposa se chamaria Cláudia Prócula (a Igreja Ortodoxa Grega celebra-a como santa a 27 de Outubro; a Igreja Etiópica Ortodoxa celebra-a a 25 de Junho, juntamente com Pilatos a quem também considera santo).


(Artigo de Geraldo Morujão, In Revista Bíblica Jan/Fev 2008)

Tempo da Quaresma

25.02.08 | ssacramento

A Quaresma é a caminhada para a Páscoa. Ela abarca três fases ou momentos:

  • O primeiro momento vai da Quarta-feira de Cinzas até ao fim da segunda semana,  e inclui os Evangelhos da Tentação e da Transfiguração de Jesus. O seu objectivo é dar o sentido da Quaresma e indicar quais os meios para se alcançar a renovação pessoal.
  • A segunda fase começou ontem, com o terceiro domingo da Quaresma, e termina no fim da quinta semana. Este tempo está orientado para os que se preparam para o baptismo e para os que vão renovar as promessas do Baptismo. Aparecem as grandes catequeses sobre os sacramentos pascais, em que o catecúmeno se torna um cristão adulto na fé, fé essa que nasceu da Palavra e que conduz ao sacramento.

  • A terceira etapa inicia-se no Domingo de Ramos e Paixão (celebra a entrada de Jesus em Jerusalém) e termina na Quinta-feira Santa. É altura de se apresentar os últimos passos de Cristo sobre a terra, como o encontro com Lázaro ressuscitado e com os discípulos à mesa, o diálogo com Judas e Pedro, o acordo de Judas com os sumos sacerdotes e a despedida de Jesus. Na missa crismal de Quinta-feira Santa há uma celebração que faz a transição das celebrações quaresmais às pascais, onde são benzidos os óleos e renovadas as promessas sacerdotais. Depois, segue-se o Tríduo Pascal.

(Adaptado de Ecclesia)

"Obra da Igreja"

24.02.08 | ssacramento
Um grupo de membros da "Obra da Igreja" esteve hoje presente na nossa paróquia. A fundadora desta instituição eclesial de direito pontifício (aprovada desde 1997) é Mãe Trinidad de la Santa Madre Iglesia, nascida em 1929 na Andaluzia e que actualmente reside em Roma. Em 15 de Dezembro de 1996, o papa João Paulo II visitou-a e abençoou-a.

Durante estes últimos anos, Mãe Trinidad reuniu alguns dos seus escritos sobre o amor à Igreja de Cristo e converteu-os em pequenos opúsculos que formam uma colecção intitulada "Luz na Noite, o Mistério da Fé dado em Sabedoria Amorosa".

Do opúsculo 17, seleccionamos este pequeno excerto:

"Eu tenho fé... E creio no único Deus verdadeiro, (...) e no seu Unigénito Filho Jesus Cristo, seu enviado (... ).
Eu tenho fé... E creio no Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado.
Um só Deus e três pessoas, iguais no seu ser e distintas nas suas pessoas.
E a minha vida de fé, cheia de esperança e acesa no amor, faz-me conhecer, penetrar e saborear esta inefável , maravilhosa e transcendente realidade. (...)
Toda a vida de Deus é um acto; um acto de ser infinito, fecundo (...), o Pai contempla-se num silêncio silenciosamente terrível."

Para obter mais informações sobre a Obra da Igreja, sua fundadora e ler os opúsculos publicados carregue aqui.

A samaritana

23.02.08 | ssacramento
O Evangelho deste domingo lembra-nos o episódio da Samaritana.

Junto do Poço de Jacob, um homem chamado Jesus discute com uma mulher da localidade sobre... água. É que há muitas espécies de água. A água que Jesus oferece é símbolo da vida. A samaritana descobre, naquele judeu diferente, o próprio Messias, maior que Jacob (v. 12) e um profeta (v.19).

Enquanto a mulher se ausenta chegam os discípulos de Jesus que, contrariamente à Samaritana, não sabem quem Ele é; chamam-lhe apenas "rabbi" (mestre), um título comum. Estão preocupados com o alimento material e desconhecem o alimento da vontade do Pai (v. 34). Jesus é o divino Semeador da semente da Palavra divina cujos frutos já aparecem na conversão dos samaritanos (v.39-42).

Finalmente, temos o resultado do testemunho da samaritana junto dos seus: pedem para ficar com Ele, quer dizer, apresentam-se como seus discípulos e proclamam-no Salvador do mundo.

A grande novidade deste texto está no facto da mulher ter optado pela água da vida, que é Jesus, deixando de lado as águas turvas dos 5 ou 6 maridos, que ela pensava serem uma água capaz de matar a sua sede de felicidade. A "esposa infiel" encontrou finalmente o Esposo. Assim, o texto é uma alegoria da relação de Israel com o seu Deus, de Jesus com a sua Igreja.


(Adaptação de um artigo de Herculano Alves, in Revista Bíblica Jan/Fev 2008)

Um dia de silêncio no blogue...

22.02.08 | ssacramento
Por vezes, o acesso à Internet prega-nos uma partida e, quando menos esperamos, não conseguimos obter ligação. São interferências que surgem, pequenos ou grandes imprevistos, que nos impossibilitam a comunicação com os outros, com cada pessoa que está frente ao ecrã de computador e se habituou a consultar aquele endereço ou, simplesmente, com alguém que nas suas "navegações" foi ter a determinado blogue. Claro, já perceberam que foi isto que ontem nos aconteceu. Interessante é que também desses contratempos que vão surgindo no nosso dia-a-dia podemos tirar lições e até entendermos melhor a nossa relação (ou falta dela!) com Deus.

Quantas vezes, estando eu cansado, instalado, disperso ou submerso num mundo ruidoso faço as minhas tentativas para rezar... Porém, na oração também há interferências que dificultam a nossa relação com Deus. Como referiu D. João Miranda, bispo auxiliar do Porto, quando presidiu às Laudes de Corpo de Deus, nas 40 horas de adoração que ocorreram na nossa paróquia, "a oração requer silêncio. O grande ruído não está na cidade. O grande ruído é aquele que transportamos connosco para onde quer que vamos." (Folha Pão e Vida nº 448). Para encontrar Deus é necessária a Palavra, mas também o silêncio.

Foi um dia de silêncio no nosso blogue, um dia no calendário que ficou por preencher, mas nada que não se pudesse resolver. É que as dificuldades e contrariedades também comportam lições eloquentes...

Os pastorinhos e a oração

20.02.08 | ssacramento
Hoje passa o 88º aniversário da morte da Beata Jacinta, que faleceu em 1920, quase com 10 anos de idade, no Hospital de D. Estefânia (Lisboa). Também neste dia celebra-se a festa litúrgica dos beatos Francisco e Jacinta Marto, elevados ao altar pelo papa João Paulo II, em 13 de Maio de 2000.


Decorria a 1ª Guerra Mundial. A morte e destruição invadiam muitas nações europeias. Em 1916, Portugal entrou na guerra. Também o irmão de Lúcia, Manuel, partiu para a frente de batalha. Nesse mesmo ano, o Anjo da Paz apareceu três vezes em Fátima, pedindo a três crianças orações e sacrifícios pela paz no mundo e sobretudo em Portugal.


Num domingo, a 13 de Maio de 1917, quando Lúcia, Jacinta e Francisco apascentavam o rebanho, surgiu uma "Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol". Nas três aparições do anjo e nas seis aparições de Nossa Senhora  uma ideia se repetiu: a necessidade de oração e sacrifícios.



O Homem de hoje, nas 24 horas do dia, vê-se asfixiado pelas preocupações e afazeres,
pela finitude da sua vida terrena. A oração é o oxigénio vivificador, a porta que une o homem finito ao Deus infinito. Porque não fazer de cada momento da vida uma oportunidade para a oração?


Para saber mais informações sobre os Pastorinhos de Fátima consulte http://pastorinhos.no.sapo.pt/pastorinhosfatima.htm.

A oração para Bento XVI

19.02.08 | ssacramento
O Homem compreende-se na sua relação com Deus, logo incumbe-lhe falar com Deus e escutá-Lo. O Evangelho diz-nos como devemos rezar. Se lermos o Evangelho de Mateus verificamos que a oração do Senhor - o Pai Nosso - é antecedida de uma breve catequese, com o objectivo de nos precaver contra as formas erradas de rezar (Mt. 6, 5-8) e, deste modo, adverte para que:
  • a oração não seja uma exibição diante dos homens. É necessária a discrição essencial a uma relação de amor. Também o amor de Deus por cada indivíduo é pessoal e único. No entanto, esta discrição não exclui a dimensão comunitária (o próprio Pai Nosso é uma oração na primeira pessoa do plural; usa o "nós"). Assim, no acto de rezar estão presentes, em simultâneo, o aspecto pessoal e o comunitário.
  • a oração não deve ser tagarelice, o exagero de palavras que asfixia o espírito. Todos conhecemos o perigo de recitar fórmulas habituais, enquanto o espírito vagueia por longe. Conseguimos o máximo grau de atenção quando pedimos a Deus qualquer coisa movidos por uma aflição ou quando Lhe agradecemos com o coração cheio de alegria algum benefício recebido.
A oração autêntica, o silencioso e íntimo permanecer com Deus, precisa de alimento, e para isso serve a oração concreta com palavras, representações ou pensamentos. A oração activa, que realiza e aprofunda o nosso permanecer com Deus, pode e deve brotar do nosso coração, das nossas aflições, esperanças, alegrias, sofrimentos, vergonha pelo pecado, agradecimento pelo bem. É uma oração pessoal. Porém, este facto não invalida o recurso às orações comuns à Igreja, que apoiam a nossa oração individual e inserem-na na comunidade.


(Adaptado de RATZINGER, Joseph - Jesus de Nazaré.Lisboa: A Esfera dos Livros, 2007)

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