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Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

Sem "ses" nem "mas"

19.06.08 | ssacramento

O Evangelho do próximo domingo pede-nos "que tenhamos confiança cega no Pai que está nos Céus. Estamos nas mãos protectoras e acariciantes de Deus, que nos não deixam cair, que nos amparam, com carinho, quando ameaçamos resvalar das suas mãos. A fé é arrojada (...) sem medo dos homens. Sem medo dos que matam o copro, mas não podem matar a alma.

 

Caminhando na existência, perguntamos: que sou eu neste mundo? Onde termina a minha vida? Para quem avança no absurdo, sem sentido, o fim é o "caixote do lixo". Quem o faz na consciência de ser criatura que as mãos de Deus modelaram, a meta é ir para a casa do Pai, onde há muitas moradas (Jo14,2).

 

Supliquemos com os Apóstolos: "Aumenta a nossa fé!" (Lc 17,5). É Deus que a concede: peçamos-lha! Agradeçamos a que nos deu e nos vai dando. Cultivemos a fé. Ela alimenta-se na oração. Ela é que nos impele à caridade. Graças a ela, colocamo-nos ao serviço dos irmãos."

 


(Mensageiro do Coração de Jesus, Junho/2008; Imagem retirada de http://www.madeiratourism.org/pls/wsm/docs/MM000168/3.6-margaridas_gr.jpg)

Dez mandamentos do casal feliz

18.06.08 | ssacramento

Uma equipa norte-americana de psicólogos e especialistas no aconselhamento de casais elaborou os Dez Mandamentos para a Vida a Dois.

 

1) Os dois nunca devem irritar-se ao mesmo tempo. Quanto mais a situação é complicada, mais a calma é necessária.

2) Nunca gritar um com o outro, a não ser que a casa esteja em chamas. Quem tem bons argumentos não precisa de gritar.

3) Se alguém deve ganhar a discussão, deixe que seja o outro. Perder uma discussão pode ser um acto de amor e inteligência.

4) Se for inevitável criticar, faça-o com amor. A outra parte precisa entender que aquilo que foi dito, tem o objectivo de aproximar e não separar.

5) Nunca atirar à cara do outro os erros cometidos no passado. A pessoa é sempre maior que os seus erros e niguém gosta de ser caracterizado pelos seus defeitos.

6) Não seja agradável com qualquer pessoa, menos com o seu cônjugue. Na vida a dois tudo pode e deve ser importante. A felicidade nasce das pequenas coisas.

7) Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo. Se isto não acontecer, amanhã o problema será maior.

8) Pelo menos uma vez ao dia, diga ao seu parceiro uma palavra de agrado. Muitos têm reservas enormes de ternura, mas esquecem-se de o dizer em voz alta.

9) Se cometer um erro, prepare-se para admiti-lo e pedir desculpas.

10) Quando um não quer, dois não brigam. É a sabedoria popular que ensina isto, mas esta sabedoria também lembra que "Dois bicudos não se beijam...". Alguém tem de tomar a iniciativa e tomar essa iniciativa é gesto de maturidade e amor.

 

 

(Revista Cruzada, Junho/2008)

Blogue do Museu da Consolata

17.06.08 | ssacramento

Desde Abril do corrente ano que o Museu de Arte Sacra e Etnologia de Fátima (MASE), dos missionários da Consolata, tem um blogue. Através deste blogue (cujo endereço é http://masefatima.blogspot.com) é possível conhecer-se a história, colecções e actividades do Museu. O Museu, aberto ao público em 1991, está integrado na Rede Portuguesa de Museus e reúne uma colecção de arte sacra portuguesa e etnografia de vários países do mundo. Uma viagem pelas salas da natividade, da paixão, da ressurreição e das Missões, da etnologia e dos pastorinhos permite-nos recordar a história de Cristo e das Missões.

 

Caso pretenda realizar uma visita virtual a este espaço, também poderá fazê-la através do You Tube.

 

Pai-Nosso

16.06.08 | ssacramento

 

 

(Proclamado em Assis, no primeiro encontro mundial das Religiões, in Cruzada Junho/2008)

Dois desafios no Evangelho deste domingo

15.06.08 | ssacramento

"No Evangelho deste domingo, Jesus lança-nos dois grandes desafios:

  • 'Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel',
  • 'Recebestes de graça, dai de graça'.

Não parece ser fácil colocar em primeiro lugar as ovelhas perdidas de modo a ajudá-las a encontrar o seu Pastor. No final de cada eucaristia em que participamos somos convidados a levar a Boa Nova aqueles que a desconhecem. É a nossa missão desde o dia do nosso baptismo. Podemos fazer a pergunta: porquê anunciar aos que andam perdidos (que não acreditam, que recusam) se é muito mais difícil conduzi-los para Cristo?

 

Numa sociedade em que apenas tem valor o que é rentável, esta é a proposta ainda que aparentemente ridícula, a atitude do Bom Pastor: deixar as 99 ovelhas para procurar a perdida. A caridade é a lógica de Deus, não a rentabilidade. Amar desinteressadamente, dar-se sem estar preocupado com o que, em troca, se possa receber.

 

É que o anúncio, a visibilidade e o crescimento do reino de Deus passam pela vida, pelo testemunho, pelo empenho e acção dos que a Ele se abrem e O acolhem. Então, tornam-se instrumentos da acção libertadora da Graça de Deus no meio dos seus irmãos: dando de graça o que de graça receberam e recebem, segundo o mandamento que Jesus também nos deixou."

 

(Folha Pão e Vida, nº 464)

O espírito ecuménico no ano de S. Paulo

14.06.08 | ssacramento

Por expresso desejo de Bento XVI, a efeméride dos 2000 anos do nascimento do Apóstolo das Gentes, cuja celebração decorrerá de 28 de Junho próximo a 29 de Junho de 2009, será impregnada pelo sentido ecuménico da Igreja. O próprio Papa será "o primeiro peregrino no dia 28 deste mês para abrir " este tempo dedicado ao Apóstolo, "acompanhado de representações de outras Igrejas e comunidades cristãs".


Bento XVI abrirá não só uma Porta Paulina - similar à Porta Santa do Jubileu - iniciando solenemente as peregrinações, mas também será acesa a Chama Paulina. Além de celebrações e visitas aos lugares paulinos (Roma, Terra Santa, Turquia, Malta) irá ser lançada uma medalha do bimilénio e, por sua vez, a Cidade do Vaticano vai emitir um selo e cunhar uma moeda de dois euros em comemoração do Ano Paulino.


Segundo o cardeal Cordero, o Ano Paulino poderá ser igualmente uma óptima ocasião para o diálogo com o povo judeu. (Revista Bíblica, Maio/Junho 2008)

 

Note-se que o sarcófago que se encontra sob o altar papal da Basílica de São Paulo, em Roma, era considerado, já em 390, como o do Apóstolo. O referido sarcófago apresentava uma inscrição incompleta «Paulo apostolo mart(yri)» (Paulo Apóstolo Mártir), visível desde a base do altar e ao nível da antiga basílica, construída no século IV.

Santo António

13.06.08 | ssacramento

Neste dia de Santo António, celebrado em muitas localidades do país, José Jacinto Ferreira de Farias deixa-nos, na Ecclesia, algumas lições que podemos tirar da vida de Santo António. "A primeira lição é a da leitura atenta do Evangelho como alimento da inteligência e fortaleza da vontade. Santo António é conhecido como o 'Doutor evangélico', porque nele encontrava a razão da sua pregação. E do Evangelho ele colhia o essencial, ou seja, o mistério da Incarnação, porque o Evangelho como texto é o reflexo da Palavra que se fez carne, que se fez Menino. Por isso é que Santo António é representado com um livro no braço (o livro dos evangelhos) sobre o qual está sentado o Menino Jesus. É toda a espiritualidade da Incarnação, da divina humanidade do Verbo Incarnado, do Natal, tão franciscana, tão antiga e tão actual.

 

Santo António proclamava a santidade do matrimónio, que não havia apenas um caminho para a santidade, mas muitos caminhos, e que tanto podiam ser santos os frades e os monges como os solteiros e os casados, porque o matrimónio é caminho de santidade, a sexualidade é caminho de santidade, tudo pode ser caminho de santidade, desde que vivido no Senhor, e por isso ele aconselhava os jovens cristãos que se não sentissem chamados para a vida religiosa, que casassem no Senhor e que vivessem na santidade, porque o casamento no Senhor é uma coisa sagrada. Foi nesta época que a Igreja proclamou solenemente a sacramentalidade do matrimónio (...). Foi assim que Santo António entrou no imaginário popular como o Santo Casamenteiro" e ainda hoje haver os 'noivos de Santo António'".

 

 

Um terceiro significado dos números: a gematria

12.06.08 | ssacramento

Na Bíblia, um número pode ter três sentidos diferentes: quantidade, determinado simbolismo ou, finalmente, ser gemátrico. Que significa este termo? É uma particularidade das línguas hebraica e grega. Enquanto em português escrevemos os números com certos sinais (1,2,3...) e as letras com outros diferentes (a, b, c...), em hebraico e grego empregam-se as letras do alfabeto para escrever os números. Assim, o 1 é a letra "a", o 2 a letra "b", etc. Desta maneira, se somarmos as letras de qualquer palavra, podemos sempre obter uma quantia. O número assim obtido chama-se gemátrico.

 

Esta possibilidade que têm as línguas bíblicas dava lugar a jogos engenhosos, pois em cada quantia podia estar uma palavra escondida e a Bíblia também contém vários exemplos destes jogos. No Génesis 14 narra-se a invasão da Palestina por quatro poderosos exércitos do Oriente, que levaram Lot, o sobrinho de Abraão, como prisioneiro. Quando o patriarca o vem a saber reúne 318 pessoas, vai em perseguição daqueles, consegue derrotá-los e liberta Lot. Terá Abraão, só com 318 pessoas, vencido os quatro exércitos mais poderosos da Mesopotâmia? Esse número teria outro significado. Sabemos que Abraão tinha um servo, herdeiro de todos os seus bens, chamado Eliezer (Gn 15,2). Se somarmos os números correspondentes às letras hebraicas deste nome temos: E (=1) + L (=30) + I (=10) + E (=70) + Z (=7) +R (=200) = 318 (Os valores indicados correspondem ao alfabeto hebraico e daí uma letra poder ter diversos valores). Com isto quer dizer-se que Abraão saiu a combater com todos os seus herdeiros e que a descendência de Abraão será sempre superior aos seus inimigos.

 

Outros exemplos de gematria podem ser encontrados na Bíblia, sendo o mais famoso o que vem no Apocalipse com o número 666 da Besta (Ap 13,19). O mesmo livro explica que se trata do número de um homem e o que está escondido por trás dele é o imperador Nero, pois, em hebraico, "Nero César" dá essa soma.

 

Fica aqui uma reflexão final: a Bíblia, que também é Palavra de Deus, encarnou a cultura e idioma do seu tempo. Tal como é ridículo imaginar Jesus de fato e gravata, indo de táxi a Jerusalém e transmitindo os seus sermões pela rádio ou pela Internet, também é ridículo interpretar a Bíblia literalmente com as nossas categorias mentais. Temos de nos situar na mentalidade e cultura dos judeus daquela época. Desta maneira, quando nos deparamos com números ou quantias na Bíblia, devemos averiguar se se trata de uma quantidade, um simbolismo ou um número gemátrico, o que nos ajudará a penetrar melhor no sentido da Palavra de Deus e na mensagem que contém para a nossa própria vida.

 

 

(VALDÉS, Ariel Álvarez - Que sabemos da Bíblia? - III. Apelação: Paulus, 1998)

Outros números com mensagens na Bíblia

11.06.08 | ssacramento

Alguns outros números apresentam também uma simbologia na Bíblia. É o caso do 40 que representa a mudança de um período para outro, os anos de uma geração. Daí o Dilúvio ter durado 40 dias e 40 noites, pois é a mudança para uma nova humanidade; os israelitas permaneceram 40 anos no deserto até que a geração infiel fosse substituída por uma nova; Moisés ficou 40 dias no monte Sinai e Elias peregrinou até ao Sinai outros 40 dias, a partir dos quais as suas vidas mudaram; o profeta Jonas predisse a destruição de Nínive durante 40 dias, para lhes dar tempo a que mudassem de vida; Jesus jejuou 40 dias, porque é a mudança da vida privada para a vida pública.

 

Por sua vez, o número 1000 significa multidão, grande quantidade. Por exemplo, no livro de Daniel (5,1) diz-se que o rei Baltasar deu uma grande festa com 1000 convidados; o Salmo 90 afirma que 1000 anos para nós são como um dia para Deus. Igual simbologia aparece em 1Re 3,4 e 11,3. Às vezes este número pode entrar em combinação com outros: o Apocalipse diz, simbolicamente, que no fim do mundo se salvarão 144.000, porque é a combinação de 12 x 12 x 1000 e significam os eleitos do Antigo Testamento (12) e os eleitos do Novo Testamento (x 12) em grande quantidade (x 1000).

 

Finalmente, há outros simbolismo menores, como quando Lucas refere que Jesus escolheu 70 discípulos para os enviar a todos os lugares e sítios por onde Ele tinha que passar (Lc 10,1). Não é um número real, mas simbólico, pois no livro do Génesis 10, também se diz que o total de povos e nações que existiam no mundo eram apenas 70. Lucas, homem de mentalidade universalista, ao dizer que Jesus mandou 70 missionários, quis dizer que os mandou para que o Evangelho chegasse a todas as nações do mundo.

 

Também S. João transmite uma mensagem ao dizer que na pesca milagrosa os apóstolos obtiveram 153 peixes (21,11). Porquê tanto interesse em deixar registado um pormenor aparentemente sem importância? É que, na antiguidade, os pescadores pensavam que eram 153 as espécies de peixes que existiam nos mares. A mensagem era clara para os leitores: Jesus veio salvar as pessoas de todas as nações, raças e povos do mundo.

 

 

(VALDÉS, Ariel Álvarez - Que sabemos da Bíblia? - III. Apelação: Paulus, 1998)