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Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

Domingo da Divina Misericórdia

19.04.09 | ssacramento

Celebra-se hoje o domingo da Divina Misericórdia. Na sua encíclica Dives in Misericordia, o papa João Paulo II deixou-nos um documento importante para reflectirmos sobre a Misericórdia Divina.

 

"A mentalidade contemporânea, talvez mais do que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia. A palavra e o conceito de misericórdia parecem causar mal-estar ao homem, o qual, graças ao enorme desenvolvimento da ciência e da técnica, nunca antes verificado na história, se tornou senhor da terra, a subjugou e a dominou. Tal domínio sobre a terra, entendido por vezes unilateral e superficialmente, parece não deixar espaço para a misericórdia (...).

 

A geração contemporânea tem consciência de ser uma geração privilegiada, porque o progresso lhe proporciona imensas possibilidades, insuspeitadas há apenas alguns decénios. A actividade criadora do homem, a sua inteligência e o seu trabalho provocaram mudanças profundas, quer no campo da ciência e da técnica, quer no plano da vida social e cultural. (...) As novas técnicas da comunicação favorecerão maior participação nos acontecimentos e intercâmbio crescente de ideias. As conquistas das ciências biológicas, psicológicas e sociais ajudarão o homem a penetrar na riqueza do seu próprio ser. (...) Mas também existem dificuldades que se vão avolumando. Existem inquietudes e impotências a exigirem que se lhes dê a resposta profunda que o homem sabe que tem de dar.".


A referida encíclica está disponível, na íntegra, aqui.



(Imagem disponível em http://www.misericordia.com.br/img/misericordioso.jpg)

A Igreja e a Web 2.0

18.04.09 | ssacramento

Todos nós certamente já ouvimos falar da Web 2.0. De uma forma muito sucinta, podemos dizer que se trata de uma nova forma de encarar a Internet, assentando em tecnologias e serviços com características comuns, como o dinamismo, a interactividade, a colaboração, em que os utilizadores são simultaneamente criadores.

 

A Internet, em si mesma, não é boa nem má. É mais um meio que as pessoas dispõem  e que poderá ser utilizado para comunicar, aprender, divertir-se. Tudo depende do uso que se faça dela. É fácil de perceber que, do mesmo modo que ao circularmos numa estrada devemos cumprir as regras de trânsito e tomar precauções para não termos acidentes, igual atitude somos obrigados a escolher quando navegamos pela Internet.

 

Os cristãos não podem ficar indiferentes à evolução tecnológica. Esconder a cabeça debaixo da areia, criticando a utilização que se faz das redes sociais, dos serviços de comunicação em linha como fóruns e chats, dos blogs e de todas as outras potencialidades da Web, não será a atitude correcta. Basta lembrar a abertura do canal do Vaticano no Youtube (www.youtube.com/vatican). Porque não utilizar as redes sociais, como o Hi5, Facebook, Myspace, ..., como espaços de evangelização? A actual missionação não passará também por esses espaços?

 

Nesta linha de pensamento, se posiciona o portal Cristo Jovem, que já aderiu a diversas redes sociais, como o Hi5 (http://cristojovem.hi5.com), myspace (http://www.myspace.com/cristojovem), Twitter (http://twitter.com/cristojovem) .O mesmo sucede, por exemplo, com o Grupo Vocacional das Irmãs Vitorianas (http://bemvindamiga07.hi5.com). Como referia o papa João Paulo II "para difundir a mensagem cristã (...) é necessário integrar a mensagem nesta nova cultura criada pelas modernas comunicações". Não é substituir uns meios por outros, é apenas pôr as novas tecnologias ao serviço do Evangelho.     

 

Um ano a caminhar com São Paulo: "Se alguém não quer trabalhar, também não coma"

17.04.09 | ssacramento

Para a maioria das pessoas o trabalho é o principal ganha-pão. É a trabalhar que as qualidades da pessoa mais se manifestam. Daí a variedade de profissões que, na sua complementaridade, são um dos principais factores de progresso e da união, imprescindíveis em qualquer sociedade organizada.

 

Mas o trabalho também é um dever. Em 2 Ts 3,6-13, Paulo aborda esta questão do trabalho. Perante o drama do desemprego, que a tantos afecta, será justo dizer que se alguém não quer trabalhar, também não coma?

 

No referido texto bíblico, o motivo que levava alguns cristãos de Tessalónica a proceder desordenadamente, deixando de trabalhar e fazendo coisas inúteis, tinha lógica: o dia do Senhor estava iminente e, com ele, o fim do mundo, para quê então trabalhar, se o produto do trabalho estava condenado à ruína. Não era preferível dedicar-se a outras actividades, mais especificamente religiosas, para assim estarem melhor preparados para receber o Senhor?

 

Para o cristão, o trabalho é um dever por ser um exercício da caridade. Como tal, não está condicionado à sua remuneração. Não é que não tenha esse direito. Mas o cristão trabalha, primariamente, porque ama. Com o produto das suas mãos e do seu cérebro eleva o mandamento do Criador: crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra (Gn 1,28) à dimensão ilimitada e incondicional, própria da caridade que Ele manifestou em Cristo.

 

Paulo também refere que o trabalho deve ser feito com tranquilidade: não vivendo para trabalhar, mas sim o contrário. Quem tudo sacrifica aos lucros do trabalho, acaba por arruinar a sua vida e a dos outros e por faltar à caridade e à vigilância por ela exigida.

 

 

(OLIVEIRA, Anacleto - Um ano a caminhar com S. Paulo. Palheira: Gráfica de Coimbra, 2008)

Vencida a morte, toda a esperança é possível

16.04.09 | ssacramento

Os últimos dias foram vividos pela Igreja Católica com uma intensidade digna de registo. A Ressurreição de Jesus Cristo ainda está "recente" entre nós; permitiu-nos, como dizia D. Manuel Clemente, bispo da diocese Portucalense, numa das suas homílias, passar da «obscuridade à plena luz». Tudo ficou mais transparente e cristalino: «Passámos a outra compreensão das coisas; é tudo tão surpreendente que não o imaginaríamos nunca, apesar das profecias». E nós, passados 2000 anos, embora não sendo contemporâneos de Jesus, somos privilegiados, pois podemos reflectir, escutar, ler a mensagem de Jesus e sabermos o que se passou.

 

D. Manuel Clemente arranca uma frase admirável na sua homília da Vigília Pascal: «Vencida a morte, toda a esperança é possível». Esta é de facto uma frase maravilhosa. E porquê? Ela encaixa de uma forma perfeita no nosso tempo de injustiças, crueldades, mas também nos transmite, de uma forma esclarecedora, esperança de uma vida melhor. Neste sentido, o bispo do Porto dá-nos a receita para que possamos usufruir de um dos maiores dons de Deus , a vida:

  1.  Guardar e fazer frutificar a criação, sem a deteriorar nem distorcer a sua realidade própria e o seu equilíbrio geral.
  2. Reconhecer e respeitar activamente a vida de Deus, em cada pessoa, da concepção à morte natural.
  3. Tudo fazer para que as famílias se constituam com responsabilidade e viabilidade, como células insubstituíveis duma sociedade inteiramente humana.
  4. Conseguir que todos acedam ao trabalho que , além de necessário para ganhar o sustento, é condição indispensável para a realização de cada ser humano.
  5. Empenhar-se em tudo o que contribua para a justiça e a paz num mundo que é de todos e para todos, como Deus o criou e agora recupera em Cristo

Seria bom que nós cristãos meditassemos nestas sábias palavras, de forma a que «não nos diga respeito a crítica dum filósofo oitocentista, que não acreditava nos cristãos por não parecerem discípulos de um ressuscitado..»

 

(Adaptado de Homilia do Bispo do Porto na Vigília Pascal, 2009)

5 minutos com Deus

15.04.09 | ssacramento

Ser um homem íntegro é uma meta que todos queríamos alcançar; mas a integridade pressupõe um processo de evolução que já foi percorrido antes de lá chegar. A integridade é o equilíbrio da autenticidade; o homem íntegro, o homem que tem uma personalidade definida e recta é aquele que, sabendo bem o que deve fazer, e convictamente, não se deixa levar por flutuações circunstanciais.

 

Ser íntegro não é apenas caminhar, mas caminhar sabendo para onde se vai. Quando se sabe para onde se vai, o mundo afasta-se para o deixar passar. Ser íntegro é potencializar a nossa personalidade pondo-a ao serviço dos outros, mas vendo neles a imagem de Cristo, que nos leva a Deus.

 

 

(MILAGRO, Alfonso - Os cinco minutos de Deus. Cucujães: Editorial Missões, 2005)

Um empréstimo

13.04.09 | ssacramento

Quando emprestamos um livro, normalmente não volta. Se volta, regressa amachucado, com a capa envelhecida. Quer dizer, alguém usou as nossas coisas sem cuidado. Uns dizem, quem empresta já sabe. Outros dizem, por isso é que não se empresta.

 

Deus emprestou-nos o mundo. Já não está como o recebemos. Por um lado, melhorámos o livro, por outro, só uma pequena minoria é que o pode ler. Pensemos, por exemplo, na água. Quanta água deitamos fora sem usar? É muito mais maçador estar sempre a abrir e fechar torneiras, tal como ter cuidado com os livros dos outros. Porém, a água também é minha, também é sua. Cuidar do mundo: esse pensamento também tem de estar sempre presente na nossa mente.

 

 

(Adaptado da Revista Mensageiro do Coração de Jesus, Abril/2009)

Cristo ressuscitou! Aleluia!

12.04.09 | ssacramento

A Páscoa é fé. É a alegria de anunciar que Jesus está vivo. A Páscoa é o Dia que o Senhor fez, o Dia da imortalidade, da eternidade. Alegremo-nos e rejubilemos, pois a Ressurreição é a Nova Criação.

 

Cada um de nós é Páscoa. Fomos marcados pelo Espírito e somos enviados a anunciar. Que cada um de nós se sinta missionário da Páscoa e anuncie a grande notícia ao mundo: que Jesus veio à Terra para a humanidade inteira. Vale a pena cooperar com Deus na salvação dos irmãos.

 

Cristo venceu a morte e deu-nos a vida. Aleluia!

 


 

Neste domingo de Páscoa, vários grupos de cristãos percorreram as ruas da paróquia com a Cruz de Cristo, anunciando a Ressurreição. Em casa ou na rua, foram muitas as pessoas que abriram as suas portas ao Senhor e o quiseram acolher no seu coração.

 

Há experiências que não se podem quantificar e não se conseguem contar. Como descrever a emoção da idosa de 100 anos que, repetidamente, beijava a cruz? Como explicar o que poderá ter sentido aquela outra senhora, acamada, rodeada pela filha e pela neta, já depois de ter recebido a Santa Unção dos Enfermos? Como referir a alegria que se vivia naquela casa em que 30 pessoas da mesma família aguardavam a chegada de Cristo vivo? Ou a de uma outra casa em que eram 12 as crianças a quererem beijar o Senhor Jesus? E o que poderemos dizer daquelas pessoas que, sozinhas no seu lar, choraram as suas dores ao beijarem a Cruz de Cristo? São realmente experiências únicas e de uma riqueza espiritual tão forte que só mesmo quem as vivencia conseguirá entender.

 

 

 

Passar à vida

11.04.09 | ssacramento

Olhai! Deus passou sobre a terra: Deus-caminhante, Deus-passagem, Deus-Páscoa! E Deus, para sempre, vive connosco.

 

A sua passagem é ligação entre o céu e a terra porque desceu vindo ao nosso encontro. A sua passagem é reconciliação para a humanidade: somos todos filhos e filhas de um mesmo Pai. A sua passagem é exaltação dos humildes: são os preferidos do seu coração. A sua passagem é acolhimento e partilha: a caridade é elevada à categoria de bem-aventurança. A sua passagem é um acto de fé em Deus: o homem pode, a partir de agora, participar da sua divindade. A sua passagem é palavra de Evangelho a prefigurar a Boa Nova anunciada às nações.

 

Páscoa é a última passagem de Deus-Homem. Atravessou o território da morte, pega-nos pela mão para passarmos, com Ele, à Vida. Olhai! A pedra do túmulo está tirada. Ela deixa passar Aquele que vive!

 

 

(ARNOLD, François - Caminhos de Páscoa.Porto: Edições Salesianas, s.d.; Imagem disponível em http://orbita.starmedia.com/~gnparoquia/pascoa-2001/jc%20ressuscitado.gif)

Jejuemos

10.04.09 | ssacramento

O jejum mais importante é aquele que tem como objectivo esvaziar o nosso coração de inutilidades para o enchermos do que é valioso. É uma limpeza necessária a fim de arranjarmos espaço na alma para as realidades sublimes para que Deus nos criou.

 

Procuremos jejuar de julgar os outros, descobrindo o Cristo que vive neles.

Jejuemos de palavras ofensivas, enchendo-nos e pronunciando expressões edificantes.

Jejuemos de descontentamentos, enchendo-nos de gratidão.

Jejuemos de irritações, enchendo-nos de paciência.

Jejuemos de pessimismo, enchendo-nos de esperança cristã.

Jejuemos de preocupações, enchendo-nos de confiança em Deus.

Jejuemos de lamentações, enchendo-nos do apreço pela maravilha que é a vida.

Jejuemos de pressões que nunca mais acabam, enchendo-nos duma oração permanente.

Jejuemos de amargura, enchendo-nos de perdão.

Jejuemos de dar importância a nós mesmos, enchendo-nos de amor pelos outros.

Jejuemos de desalento, enchendo-nos do entusiasmo da fé.

Jejuemos de tudo o que nos separa de Jesus, enchendo-nos daquilo que d'Ele nos aproxima.

 

 

 (Revista Cruzada, Março/2009; Imagem disponível em http://www.vatican.va/news_services/liturgy/2007/via_crucis/po/station_11.html)

Exemplo

09.04.09 | ssacramento

Não se trata de uma imagem, nem de uma parábola: Realmente deu o exemplo! Pôs-se de joelhos! Realizou o gesto! A loucura dos gestos de amor!

 

Para Ele, o amor não tem limites. Como poderemos nós segui-Lo neste campo? Perigoso: muita coisa teria de mudar.

 

Amar, para Ele, chega ao ponto de se ajoelhar, num gesto de servidor dos discípulos. Apenas este gesto de despojamento de si é capaz de mostrar o amor do Pai, porque este acto de servidor sem condições é o único capaz de despertar em nós o espanto que nos tornará, por sua vez, capazes de nos despojar e de nos curvar para dar a felicidade aos nossos irmãos.

 

Quando se faz este gesto mudam-se as estruturas do mundo! Entramos em sintonia com a lógica de Deus: a do amor.

 

 

(ARNOLD, François - Caminhos de Páscoa.Porto: Edições Salesianas, s.d.)