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Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

O terço

21.05.09 | ssacramento

Um instrumento tradicional na recitação do Rosário é o terço. No seu uso mais superficial, reduz-se frequentemente a um simples meio para contar e registar a sucessão das Avé-Marias. Mas, presta-se também a exprimir simbolismos, que podem conferir maior profundidade à contemplação.

 

A tal respeito, a primeira coisa a notar é como o terço converge para o Crucificado que, desta forma, abre e fecha o próprio itinerário da oração. Em Cristo, está centrada a vida e a oração dos crentes. Tudo parte d'Ele, tudo tende para Ele, tudo por Ele, no Espírito Santo, chega ao Pai. 

 

Como instrumento de contagem que assinala o avançar da oração, o terço evoca o caminho incessante da contemplação e da perfeição cristã. O Beato Bártolo Longo via-o também como uma “cadeia” que nos prende a Deus. Cadeia sim, mas uma doce cadeia; assim se apresenta sempre a relação com um Deus que é Pai. Cadeia “filial”, que nos coloca em sintonia com Maria, a «serva do Senhor» (Lc 1, 38) e, em última instância, com o próprio Cristo que, apesar de ser Deus, Se fez «servo» por nosso amor (Flp 2, 7).

 

É bom alargar o significado simbólico do terço também à nossa relação recíproca, recordando através dele o vínculo de comunhão e fraternidade que a todos nos une em Cristo.

 

 

(Adaptado da Carta Apostólica "Rosarium Virginis Mariae", João Paulo II; Imagem disponível em http://www.carmelo.pt/catalog/images/terco_madeira.jpg)  

"Quem difunde o Rosário, salva-se"

20.05.09 | ssacramento

Na Carta Apostólica dedicada ao tema "Rosário da Virgem Maria", João Paulo II salienta a sua " simplicidade e profundidade" como oração.

 

Apesar do Rosário ser caracterizado pela sua "fisionomia mariana" tem na sua essência Cristo. Este Papa revela como era importante para ele esta oração, tendo lugar fundamental na sua vida espiritual. Diz a título de confidência o seguinte: " O Rosário acompanhou-me quer na tristeza quer na alegria e nele encontrei sempre conforto". Duas semanas após a sua eleição em 1978 dizia: " O Rosário é a minha oração predilecta".

 

Com ele entramos em "comunhão viva com Jesus" por meio do "Coração de Sua Mãe". É o caminho privilegiado de contemplação. É o "caminho de Maria".

 

O Rosário é, pois, uma forma de nos proporcionar uma visão serena e uma palavra confiante na vida humana. O Beato Bàrtolo Longo, um " verdadeiro apóstolo do Rosário", dizia do fundo do seu ser: "Quem difunde o Rosário, salva-se".

 

 

(Adaptado da Carta Apostólica "Rosarium Virginis Mariae", João Paulo II)

 

 

 

 


5 minutos com Deus

19.05.09 | ssacramento

Na vida, não é possível prescindir da cruz. Mas não nos iludamos imaginando cruzes extraordinárias. A cruz toma a forma das mil e uma circunstâncias diárias da nossa vida. O cumprimento dos nossos múltiplos deveres costuma ser uma cruz que pesa sobre os nossos ombros. O desempenho fiel das nossas obrigações familiares, profissionais ou cívicas; a prática sincera do amor para com todos, mesmo para com quem não nos é simpático; a disponibilidade para o serviço aos outros, mesmo à custa da nossa própria comodidade, para que eles estejam e se sintam bem; a aceitação das circunstâncias penosas que não buscámos mas que nos chegam, sem sabermos de onde nem porquê; tudo isto constitui muitas vezes uma cruz, pesada ou não, mas de facto uma cruz.

 

Feliz aquele que sofre e sabe para que sofre; feliz quem sofre para que os outros sofram menos. A verdadeira cruz cristã tem como braço vertical a tensão para o céu e como braço horizontal o esforço contínuo para melhorar a terra.

 

 

(MILAGRO, Alfonso - Os cinco minutos de Deus. Cucujães: Editorial Missões, 2005)

Jesus rezava longe do ruído

18.05.09 | ssacramento

Folhear qualquer que seja o livro de Dário Pedroso, é entrarmos numa aventura de descoberta,  tentativa de compreender e desvendar o mistério de Deus. Ajuda-nos a ler, a meditar a Palavra de Deus ao sabor do silêncio, de forma a podermos escutar o que Deus tem para nos dizer.

 

Sim, porque não é no barulho, na azáfama do dia-a-dia, na correria desenfreada e por vezes sem sentido que temos o prazer de dialogar com Deus. É no recolhimento, é nesse prazer sublime da Contemplação, em que conseguimos "parar o tempo", é entrando num outro tempo que conseguimos ter o privilégio de ouvir o Senhor, de sentirmos as suas palavras.

 

Esta procura do silêncio e "encontrá-lo" é uma forma de conseguirmos que a nossa oração seja ouvida e sentida por Deus. O próprio Jesus rezava longe do ruído, como nos diz S.Marcos: "De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração (Mc 1,35)."

 

Temos, pois, de procurar o nosso lugar no silêncio, seja num banco de jardim, contemplando a sua obra, seja no interior recatado de uma igreja meditando as nossas tristezas, mas também as nossas alegrias, seja mesmo no aconchego do nosso lar, numa divisão despoluida de ruído. Desta forma, Jesus "entrará em nós", guiar-nos-á na nossa vida diária e conseguiremos ter tempo para tudo. Até para rezar!

Está em nós a alegria de Cristo?

17.05.09 | ssacramento

Quinta-Feira,14 de Maio de 2009. O grupo bíblico reuniu-se à "volta da Palavra de Deus" tendo por base do estudo a "Lectio Divina" segundo uma estrutura mais simples:

  1. Leitura - O objectivo é responder à pergunta: O que diz o texto?
  2. Meditação - O que é que o texto me diz? A Meditação procura a verdade escondida.
  3. Oração - É a  nossa resposta a Deus. O que é que o texto me leva a dizer a Deus.
  4. Contemplação - Além de escutar, o texto impele-nos a  "saborear" e a agir. Vamos buscar o Ser ao próprio Deus e a inteligência leva-nos a investigar o Saber para depois Fazer. 

O grupo debruçou-se sobre o Evangelho de S. João (15, 9-17), o mandamento do amor. Foi feita a leitura do texto sagrado e cada um dos presentes interiorizou o texto e procurou interpretá-lo. Deste estudo sairam palavras tão importantes como: Amor, Fidelidade, Amizade e Alegria. O Amor é a palavra-chave. Ela é referida por cinco vezes. Jesus diz que se formos fiéis aos seus mandamentos permaneceremos no seu Amor. Esta Fidelidade leva-nos à amizade, palavra tão cara para Jesus quando nos diz: "Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai". Mas esta amizade conduz-nos à verdadeira alegria, na máxima acepção da palavra, quando Jesus diz: "Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa". 

Um dos presentes referiu a medida do amor de Cristo em relação a nós: "Assim como o Pai me tem amor, assim Eu vos amo a vós". Deus é amor e a  própria fonte do amor. O cristão é aquele que vive no Amor de Deus. Cada um dos presentes fez uma oração agradecendo a Deus pelo facto de, ao ler o texto, ter descoberto um significado mais profundo no que diz respeito às palavras Amor e Amizade. Palavras essas  que nos nossos dias se encontram tão banalizadas. Sugestivo foi o pedido de um catequista, a Deus, no sentido de o ajudar na sua acção junto dos jovens, a ensinar-lhes o verdadeiro sentido destas palavras.

E se nós fizessemos o que Jesus nos manda, "que vos ameis uns aos outros", não existiria naquele canto do mundo onde Jesus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou, tanta guerra, tanto ódio, um défice tão grande de Amor, como salientou um membro do grupo. O encontro terminou com uma oração, conduzida pelo Sr. Padre Jorge, e a intenção de, no nosso dia-a-dia, sermos cristãos alegres, capazes de pôr em prática a Palavra de Deus.

Um ano a caminhar com São Paulo: "Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo?"

16.05.09 | ssacramento

Segundo a concepção antropológica originária da Grécia antiga, o ser humano é composto de dois princípios que podem existir separadamente: a alma espiritual e imortal e o corpo material, em que a alma está encerrada até à morte. Nesta perspectiva, a vida no corpo era vista como um mal, com duas reacções extremas: o desregramento de costumes ou a ascese exageradamente rigorosa.

 

Paulo teve de confrontar-se com as duas atitudes entre os cristãos de Corinto, designadamente em relação à sexualidade. É que a mensagem cristã, ao proclamar a liberdade perante a Lei, e quando alguns cristãos diziam "Tudo me é permitido", justificavam a sua conduta moral afirmando estando possuídos pelo Espírito. A isso responde Paulo em 1Cor 6, 12-20, com o sentido cristão da sexualidade, inserindo-o numa teologia do corpo humano, que também é necessária ao Homem do presente.

 

Para Paulo, o corpo não é uma parte do ser humano separável da alma, mas formam uma unidade indissociável. É pela corporeidade que nos relacionamos, comunicamos, ultrapassando os limites e as limitações da nossa individualidade. Sem os outros, nem sequer eu chego a ser eu. O pior que pode acontecer a alguém é o individualismo.  

 

 

(OLIVEIRA, Anacleto - Um ano a caminhar com S. Paulo. Palheira: Gráfica de Coimbra, 2008)

Jesus como homem do louvor

15.05.09 | ssacramento

Ir ao encontro do Senhor para pedir, para suplicar dons materiais ou graças espirituais, mais ou menos todos nós vamos fazendo, porque nos sentimos em necessidade e somos pobres. Mas louvar, bendizer o Senhor, dar graças pelo que Ele é e pelo amor que nos tem, já é mais difícil, já não se encontram tantos «devotos». Talvez seja um dos males da nossa oração, da nossa vida interior: não louvamos, não sabemos dar graças. É sem dúvida, uma lacuna grave na nossa vida, na espiritualidade dos homens de hoje.


Um dos traços mais belos e mais característicos da oração e da vida de Jesus é o louvor. Ele é o homem do louvor. Tudo vê, tudo admira como obra do Pai e do seu amor. Todas as realidades, desde as sementeiras até à beleza dos lírios dos campos, desde a inocência das crianças até ao gesto humilde de uma viúva que dá tudo quanto tem, são ocasião contínua para se referir ao Pai em louvor, admiração, reverência filial e humilde.


O louvor é acção gratuita, desinteressada. Louva-se, não se pede, não se faz comércio. Grita-se do fundo da alma ao Senhor a alegria de ser seu filho e cantam-se os seus louvores. Oração difícil, porque parece não servir para nada, parece que não nos dá nada. Mas ao louvarmos, enriquecemo-nos, agigantamo-nos, ficamos mais semelhantes a Deus que é a gratuidade infinita.

 

 

(Dário Pedroso, S.J.- Senhor ensina-nos a rezar. Braga:Editorial A. O., 2000)

5 minutos com Deus

14.05.09 | ssacramento

Interessa aquilo que és porque, perante a tua consciência e perante Deus, é isso precisamente o que vales; tu vês a tua consciência e Deus sonda até ao fundo do teu coração. Mas também interessa o que pensas, pois, conforme penses, assim se vai formando o teu interior. Já diziam os antigos: "Diz-me o que pensas e dir-te-ei quem és". Interessa também o que sentes, uma vez que as obras são fruto dos sentimentos, assim como os sentimentos procedem das obras. Interessa também o que falas, pois a boca fala da abundância do coração. 

 

As palavras são o meio de comunicação da nossa intimidade com os outros. Não podemos comunicar uma intimidade mesquinha, raquítica ou desgraçada; é preciso estar na disposição de poder comunicar alguma coisa de positivo, uma intimidade rica e enriquecedora, que leva ao bem e ao entusiasmo para acção. Tudo: o que falas, o que pensas, o que sentes, constitui o teu eu, e todo o teu eu deve estar ao serviço dos outros.

  

 

(MILAGRO, Alfonso - Os cinco minutos de Deus. Cucujães: Editorial Missões, 2005)

A nossa vitalidade de ramos

13.05.09 | ssacramento

A vinha é a imagem bíblica da nossa vida colectiva, tal como Deus a quis. Ama-nos como povo e conhecemos as três denominações da nossa unidade em Cristo: Igreja, Povo de Deus, Corpo Eucarístico. Jesus propõe-nos, hoje, outra imagem. Somos as varas de uma única cepa - Cristo. Isto significa a grande união que existe entre Jesus e nós e entre todos nós.

 

A nossa vida de varas depende inteiramente da união à cepa. Jesus di-lo claramente: se vos desligardes de mim, nada podeis fazer, sereis lançados fora, onde secareis e para nada mais servireis senão para ser queimados. Pelo contrário, a vara unida à cepa, dará fruto, sobretudo se o vinhateiro a podar. Surge então o Pai como vinhateiro atento aos necessários sacrifícios exigidos pela autêntica vitalidade.

 

O símbolo da vinha opõe-se ao actual entendimento da vida cristã, cada vez mais individualista. Uma vida pujante não se desenvolve senão segundo a trilogia de João: Jesus e as varas, ou seja os nossos irmãos. O individualismo leva muitas vezes a solidões ou a vidas mal desenvolvidas. A consciência de fazer parte de um conjunto, é uma graça e uma promessa de saúde cristã.

 

Mesmo que nos aborreça um pouco procuremos cescer no meio da vinha, que é onde Jesus nos comunica a seiva filial e a seiva fraterna.

 

 

(SÈVE, André - O Evangelho dia a dia. Coimbra: Gráfica de Coimbra, 1999) 

Nossa Senhora do Rosário de Fátima

12.05.09 | ssacramento

Hoje aconteceu algo admirável na nossa paróquia. Do mesmo modo que Marta acolheu Jesus e os seus discípulos com alegria imensa, também a Casa de Santa Marta teve uma hóspede inesperada. E que hóspede! A visita da imagem de  Nossa Senhora do Rosário.

 

Neste dia, servindo-nos de uma oração de Monsenhor Luciano Guerra, deixamos aqui um pedido a Nossa Senhora:

 

Mãe! Ajuda os pastores e peregrinos de Fátima a marcarem a novidade de que os nossos tempos têm necessidade. Alonga a todo o século XXI a tua solene promessa: "Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé".