A Intenção Geral deste mês de Janeiro de Bento XVI é um apelo aos cristãos e a todos os homens "para que as riquezas da criação sejam preservadas, valorizadas e postas à disposição de todos, como precioso dom de Deus".
Ainda que o apelo a uma sã ecologia se dirija a todos os homens de boa vontade, este apelo é dirigido de um modo especial, e por várias razões, aos cristãos. O cristão considera o cosmos e as suas maravilhas à luz da obra criadora de Deus Pai e da redenção de Cristo, o qual, com a sua morte e ressurreição, reconciliou com Deus «todos os seres, os do céu e os da terra» (Col 1,20).
Cristo crucificado e ressuscitado entregou à humanidade o Espírito santificador, que guia o caminho da história, à espera do dia em que, com a vinda gloriosa de Cristo, serão inaugurados «o novo céu e a nova terra» (2 Ped 3, 13), nos quais habitará sempre a justiça e a paz.
É este o desafio urgente que deve ser encarado de modo unânime com um renovado compromisso. É esta a oportunidade providencial a legar às novas gerações e que constitui a melhor perspectiva para todos.
A intenção da oração do Papa neste mês apela à nossa responsabiliade de salvaguardar a criação para as gerações futuras. Aponta também para a necessidade de uma revisão profunda e com visão de futuro do modelo de desenvolvimento, reflectindo também sobre o sentido da economia e da sua finalidade, a fim de corrigir as suas disfunções e distorções.
Excerto de artigo in Revista Mensageiro do coração de Jesus - Jan 2011
Como vimos oa primeiros cristãos não entenderam de um golpe quem era Jesus, na realidade. Foram-no descobrindo aos poucos, com esforço, reflexão e oração. A pessoa de Jesus era tão misteriosa, tão inconcebível, tão fora de toda a lógica, que os discípulos levaram muitos anos a convencer-se de que esse Jesus que tinha comido com eles, caminhado pelas suas praças, entrado e dormido nas suas casas, a quem tinham visto e tocado, era nada menos que Deus em pessoa que os tinha visitado na terra.
Hoje também nos custa a crer que Jesus continue vivo entre nós. Que continue a passear no meio das nossas ruas e assista às nossas reuniões. Porque a pessoa de Jesus, em parte, continua a ser desconhecida para muitos crentes. Por isso devemos fazer o mesmo esforço daqueles cristãos, e pouco a pouco entender quem é este Jesus que passou pela Terra e que ainda continua vivo de um modo misterioso. Só assim, gradualmente, como os evangelistas, poderemos saber o que Ele quer de nós hoje, agora, que o estamos a conhecer melhor.
Artigo de Ariel Álvarez Valdés in Revista Bíblica Nov/Dez 2010
já chegaram ao presépio. Ofereceram ao recém-nascido «ouro, incenso e mirra». O incenso exala um odor agradável e salutar. Dizem que cura feridas abertas e que abre os brônquios e os pulmões, que serena a alma e reanima os depressivos, atenua as dores reumáticas e, dizem os Orientais, fomenta o amor. É símbolo do carinho, da ternura e do amor de Deus, que nos advém do encontro com Ele na Eucaristia.
A mirra, misturada com vinho, atenua as dores. Era dada aos moribundos, a fim de lhes aliviar o sofrimento na hora da passagem deste para o outro mundo. Diz-nos, simbolicamente, que Jesus, vindo à terra, dá sentido e tira o sabor amargo e doloroso aos momentos-chave da existência: o nascimento e a morte.
O ouro foi e é o presente mais precioso e mais caro. Jesus também foi o presente mais caro dado pelo Pai aos mortais. O ouro simboliza a nossa ânsia de segurança eterna e de protecção indestrutível que só Deus nos pode dar.
Os anos foram passando, e já perto do final do século primeiro a Igreja chegou a uma nova conclusão: que Jesus era Filho de Deus muito antes de nascer. Melhor dito, que desde sempre tinha sido Filho de Deus. Jesus não começou a existir quando Maria ficou grávida dele, mas já "preexistia" desde antes da criação do mundo, no céu, junto de Deus.
Hoje, quando lemos os Evangelhos, começamos pela infância de Jesus, continuamos com a sua vida pública e concluímos com a sua morte e ressurreição. Contudo, foram escritos ao contrário: primeiro compôs-se a sua morte e ressurreição, depois a sua vida pública, e finalmente a sua infância. Esta composição às avessas obedece à compreensão gradual que os primeiros cristãos tiveram acerca de Jesus como Filho de Deus.
Nesta época escreveu João o seu evangelho. E também começou , como os outros três, pelo baptismo de Jesus. Mas deu-se logo conta de que ficaria mais completo se acrescentasse esta nova ideia. E por isso, em vez de colocar os relatos da infância como Mateus e Lucas, foi ainda mais atrás e acrescentou, em jeito de prólogo, um belo hino que os cristãos cantavam nas suas reuniões litúrgicas sobre a preexistência de Jesus, e que começava assim: «No princípio já existia a Palavra; e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus» (Jo 1,1).
Artigo de Ariel Álvarez Valdés in Revista Bíblica - Nov/Dez 2010
Mais uma vez a Mensagem de Sua Santidade 0 Papa Bento XVI neste dia da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus em que se celebra também o Dia Mundial da Paz é plena de actualidade tendo como lema "Liberdade Religiosa, Caminho para a Paz". Começando por estar solidáro para com aqueles que são perseguidos Bento XVI realça que "é doloroso constatar que em algumas regiões do mundo, não é possivel professar e exprimir livremente a própria religião sem pôr em risco a vida e a liberdade pessoal."
Mas é na família que se cultiva a escola da liberdade e da paz. É pois nesta vertente que retirámos um pequeno excerto desta bela Mensagem:
"A família fundada sobre o matrimónio, expressão de união íntima e de complementaridade entre um homem e uma mulher, insere-se neste contexto como a primeira escola de formação e de crescimento social, cultural, moral e espiritual dos filhos, que deveriam encontrar sempre no pai e na mãe as primeiras testemunhas de uma vida orientada para a busca da verdade e para o amor de Deus.
Os próprios pais deveriam ser sempre livres para transmitir, sem constrições e responsavelmente, o próprio património de fé, de valores e de cultura aos filhos. A família, primeira célula da sociedade humana, permanece o âmbito primário de formação para relações harmoniosas a todos os níveis de convivência humana, nacional e internacional. Esta é a estrada que se há-de sapientemente percorrer para a construção de um tecido social robusto e solidário, para preparar os jovens à assunção das próprias responsabilidades na vida, numa sociedade livre, num espírito de compreensão e de paz."
Excerto da Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz; Imagem disponível emhttp://mesadepalavras.files.wordpress.com/2010/12/imagescazev69d.jpg?w=170&h=184