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Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

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Morte e Vida: Perspetiva de Marcos - I

28.05.12 | ssacramento

 

 

Os discípulos e os leitores são convidados a não pensar como os homens - o que faz Pedro - mas como Jesus, que não se deixa conduzir por critérios de poder e de autoridade, mas pelos do serviço e do dom da própria vida:

«Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se servo, e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos.»

Jesus propõe-se como exemplo deste serviço total: « Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos» (Mc 10,42-45). Este é o sentido da vida de Jesus: o serviço-morte em função da Vida para os outros, isto é, da libertação da humanidade.

Esta morte-serviço inclui três elementos fundamentais:«dar a vida», «por muitos» e «o sacrifício do resgate». Este termo indica o preço a pagar pela libertação de um prisioneiro ou escravo (1 Pe 1,18-20). Isto faz com que o "serviço" de Jesus seja o fulcro da nossa atenção. Os «muitos», ou melhor «todos» são o objeto desta libertação. Jesus liberta, dando a própria vida, como serviço.

Jesus-servo oferece-se a si mesmo como um sacrifício expiatório, numa oferta silenciosa. Não utiliza o poder, para dominar os inimigos do seu povo, em relação aos romanos - como queriam os seus discípulos - mas para os vencer mediante o seu serviço total.

 A atuação de Jesus em favor dos mais necessitados também é expressa pelo verbo salvar (sôzein). Este é o seu serviço em favor da multidão; e este é também o objetivo do seu "vir" ao mundo. É nesta atividade salvadora que os discípulos o reconhecem como Messias. 

 

Artigo de Herculano Alves in Revista Bíblica - maio/junho 2012;imagem disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Eccehomo1.jpg

 

 

Morte e Vida: Perspetiva de Marcos

21.05.12 | ssacramento

 

 

«O mistério pascal é o maior mistério do cristianismo e o centro da fé cristã. É ele que dá sentido ao percurso de todo o ano litúrgico. Por isso, depois de o celebrarmos na Quaresma e Páscoa, vamos continuar a reflectir sobre ele.

Na 1ª parte, as multidões procuram Jesus por interesse, isto é, para obterem milagres. Os Doze pensam como as multidões: querem um lugar de honra no novo reino terreno, que Jesus iria inaugurar como Messias prometido pelos profetas. Esta é a conclusão a que eles chegam no fim da primeira parte: querem uma existência terrena sem sofrimento, uma religião sem cruz. De facto, Pedro fala em nome dos Doze e em nosso nome, rejeitando o plano de Jesus:

      "Começou, depois, a ensinar-lhes que o Filho do Homem tinha de sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, e ser morto e ressuscitar depois de três dias. E dizia claramente estas coisas. Pedro, desviando-se com Ele um pouco, começou a repreendê-lo. Mas Jesus, voltando-se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo-lhe: "Vai-te da minha frente, Satanás, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens."»

É pois nesta perspetiva de Marcos, o evangelista do ano, que o diretor da revista bíblica, Herculano Alves, apresenta uma reflexão da qual iremos dar conhecimento na publicação de alguns posts, sendo hoje o primeiro deste tema.

 

Artigo de Herculano Alves in Revista Bíblica - maio/junho 2012; imagem disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bellini,_Gentile_-_St._Mark_Preaching_in_Alexandria_-_c._1507.jpg