LEITURA I Num 6, 22-27 «Invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei»
Recitada sobre o povo, que se havia reunido para o sacrifício da manhã, esta bênção sacerdotal é um augúrio de paz para os filhos de Israel. Esta «paz», que em si concentra todos os bens, é um dom de Deus. Invadiu o mundo com o Nascimento de Jesus, pois o Salvador, realizando em Si as promessas divinas de salvação, reconciliou-nos com o Pai e estabeleceu relações fraternais entre os homens. Mas esta Paz, que se fundamenta na Paternidade divina, é também uma conquista do homem. Na verdade, a paz, antes de ser uma realidade externa, é uma disposição interior. «Se antes não se travassem guerras em milhões de corações, também se não travariam no campo de batalha». Cada um de nós deve ser, pois, construtor da paz verdadeira.
Leitura do Livro dos Números O Senhor disse a Moisés: «Fala a Aarão e aos seus filhos e diz-lhes: Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo: ‘O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz’. Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei». Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 66 (67), 2-3.5.6 e 8 (R. 2a) Refrão: Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção. Repete-se
Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção, resplandeça sobre nós a luz do seu rosto. Na terra se conhecerão os seus caminhos e entre os povos a sua salvação. Refrão
Alegrem-se e exultem as nações, porque julgais os povos com justiça e governais as nações sobre a terra. Refrão
Os povos Vos louvem, ó Deus, todos os povos Vos louvem. Deus nos dê a sua bênção e chegue o seu temor aos confins da terra. Refrão
LEITURA II Gal 4, 4-7 «Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher»
O Mistério da Incarnação realiza-se na plenitude dos tempos, no termo duma longa expectativa da humanidade, numa maravilhosa manifestação da benevolência divina. Em Cristo, com efeito, Deus cumula os homens de todas as bênçãos, concedendo-lhes a filiação divina e libertando-os da escravidão da lei mosaica. Para produzir, porém, este duplo efeito, a Encarnação realiza-se pela via normal dos homens e da lei. Cristo aceita um nascimento humano e a submissão à lei. A lei situa-O na História da Salvação, na História do Seu Povo; Maria situa-O entre os homens, Seus irmãos, que vem libertar e salvar, tornando-os, à Sua semelhança, filhos do Pai. Maria assume assim um papel insubstituível nesta revelação da Paternidade divina. É a Mãe de Deus, que concebe Seu Filho por obra e graça do Espírito Santo. É a Mãe da Igreja, Corpo de Cristo na terra.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas Irmãos: Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus filhos adoptivos. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: «Abá! Pai!». Assim, já não és escravo, mas filho. E, se és filho, também és herdeiro, por graça de Deus. Palavra do Senhor.
ALELUIA Hebr 1, 1-2 Refrão: Aleluia. Repete-se Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por seu Filho. Refrão
EVANGELHO Lc 2, 16-21 «Encontraram Maria, José e o Menino.
E, depois de oito dias, deram-Lhe o nome de Jesus» De todos aqueles que virão a ser adoptados em Cristo como filhos de Deus, os pastores são os primeiros a receberem a Boa Notícia da Salvação. É, porém, junto de Maria, Sua Mãe, a primeira crente, a totalmente disponível a Deus, que encontram o Salvador e, n’Ele, se encontram com Deus. A intervenção discreta de Maria ajudou-os, na verdade, a descobrir o verdadeiro rosto de Seu Filho. «A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade, simultaneamente com a Encarnação do Verbo, por disposição da divina providência foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor – Cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa Mãe na ordem da graça» (LG., 61). Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. Maria conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração. Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado. Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno. Palavra da salvação.
LEITURA I Sir 3, 3-7.14-17a (gr. 2-6.12-14) «Aquele que teme a Deus honra os seus pais»
Leitura do Livro de Ben-Sirá Deus quis honrar os pais nos filhos e firmou sobre eles a autoridade da mãe. Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados e acumula um tesouro quem honra sua mãe. Quem honra o pai encontrará alegria nos seus filhos e será atendido na sua oração. Quem honra seu pai terá longa vida, e quem lhe obedece será o conforto de sua mãe. Filho, ampara a velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida. Se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida, porque a tua caridade para com teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados. Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 127 (128), 1-2.3.4-5 (R. cf. 1) Refrão: Felizes os que esperam no Senhor e seguem os seus caminhos. Repete-se Ou: Ditosos os que temem o Senhor, ditosos os que seguem os seus caminhos. Repete-se
Feliz de ti, que temes o Senhor e andas nos seus caminhos. Comerás do trabalho das tuas mãos, serás feliz e tudo te correrá bem. Refrão
Tua esposa será como videira fecunda, no íntimo do teu lar; teus filhos serão como ramos de oliveira, ao redor da tua mesa. Refrão
Assim será abençoado o homem que teme o Senhor. De Sião te abençoe o Senhor: vejas a prosperidade de Jerusalém, todos os dias da tua vida. Refrão
LEITURA II Col 3, 12-21 A vida doméstica no Senhor.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses Irmãos: Como eleitos de Deus, santos e predilectos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, se algum tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em acção de graças. Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai. Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo. Palavra do Senhor.
ALELUIA Col 3, 15a.16a Refrão: Aleluia. Repete-se Reine em vossos corações a paz de Cristo, habite em vós a sua palavra. Refrão
EVANGELHO – Forma longa Lc 2, 22-40 «O Menino crescia, e enchia-Se de sabedoria»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino, para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações». Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia, tornava-Se robusto e enchia-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele. Palavra da salvação.
Um Presépio construído a partir de simples tubos de cartão poderia ter surgido apenas a partir de critérios estéticos, ficando sujeito a apreciações de gosto e nada mais. Não é o caso do nosso Presépio deste ano.
O arquitecto japonês Shigeru Ban (Prémio Pritzker 2014) desenvolveu construções precárias, para situações de emergência humanitária, a partir deste material. Nele inspirada, uma das jovens da paróquia, concluiu a sua tese de Mestrado em Arquitectura, desenvolvendo uma construção modular para uso em situações de emergência humanitária. É a partir dos materiais da sua tese que nasce o enquadramento para a belas imagens do nosso Presépio.
Jesus que nasce em Belém, num estábulo, que foge para o Egipto, que percorre os caminhos da sua terra com os seus discípulos, que "não tem lugar onde repousar a cabeça", é de todos irmão. De todos nós, como de todos os que não encontram lugar para se abrigar. É Ele a Casa desta humanidade a caminho da Casa do Pai. É Ele o Caminho para o Pai. Que bem lhe fica um abrigo precário, a lembrar-nos como é precária a vida no tempo, face ao nosso anseio de eternidade, neste dia em que a Sua eternidade enche o nosso tempo.
LEITURA I 2 Sam 7, 1-5.8b-12.14a.16 O reino de David permanecerá eternamente na presença do Senhor
Leitura do Segundo Livro de Samuel Quando David já morava em sua casa e o Senhor lhe deu tréguas de todos os inimigos que o rodeavam, o rei disse ao profeta Natã: «Como vês, eu moro numa casa de cedro e a arca de Deus está debaixo de uma tenda». Natã respondeu ao rei: «Faz o que te pede o teu coração, porque o Senhor está contigo». Nessa mesma noite, o Senhor falou a Natã, dizendo: «Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor: Pensas edificar um palácio para Eu habitar? Tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos, para seres o chefe do meu povo de Israel. Estive contigo em toda a parte por onde andaste e exterminei diante de ti todos os teus inimigos. Dar-te-ei um nome tão ilustre como o nome dos grandes da terra. Prepararei um lugar para o meu povo de Israel; e nele o instalarei para que habite nesse lugar, sem que jamais tenha receio e sem que os perversos tornem a oprimi-lo como outrora, quando Eu constituía juízes no meu povo de Israel. Farei que vivas seguro de todos os teus inimigos. O Senhor anuncia que te vai fazer uma casa. Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com teus pais estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti e consolidarei a tua realeza. Serei para ele um pai e ele será para Mim um filho. A tua casa e o teu reino permanecerão diante de Mim eternamente e o teu trono será firme para sempre». Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 88 (89), 2-3.4-5.27 e 29 (R. cf. 2a) Refrão: Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor. Repete-se Ou: Senhor, cantarei eternamente a vossa bondade. Repete-se
Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor e para sempre proclamarei a sua fidelidade. Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre», no céu permanece firme a vossa fidelidade. Refrão
«Concluí uma aliança com o meu eleito, fiz um juramento a David meu servo: ‘Conservarei a tua descendência para sempre, estabelecerei o teu trono por todas as gerações’». Refrão
«Ele Me invocará: ‘Vós sois meu Pai, meu Deus, meu Salvador’. Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor, a minha aliança com ele será irrevogável». Refrão
LEITURA II Rom 16, 25-27 O mistério encoberto desde os tempos eternos foi agora manifestado
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos Irmãos: Seja dada glória a Deus, que tem o poder de vos confirmar, segundo o Evangelho que eu proclamo, anunciando Jesus Cristo. Esta é a revelação do mistério que estava encoberto desde os tempos eternos mas agora foi manifestado e dado a conhecer a todos os povos pelas escrituras dos Profetas segundo a ordem do Deus eterno, para que eles sejam conduzidos à obediência da fé. A Deus, o único sábio, por Jesus Cristo, seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amen. Palavra do Senhor.
ALELUIA Lc 1, 38 Refrão: Aleluia. Repete-se Eis a escrava do Senhor: faça-se em mim segundo a vossa palavra. Refrão
EVANGELHO Lc 1, 26-38 «Conceberás e darás à luz um Filho»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra». Palavra da salvação.
A presença relativamente modesta do diácono na liturgia encontra sentido no facto de ele estar ao serviço dos homens e da Igreja.
A função litúrgica do diácono encontra o seu sentido na sua vocação de serviço na sociedade e na Igreja. O encargo que recebe na ordenação é o de conjugar a Palavra, a Caridade e a Liturgia segundo uma lógica específica, a lógica do Serviço. A sua presença no altar significa que não se pode separar o sacramento do altar e o sacramento do irmão.
Na liturgia da Missa, o diácono proclama o Evangelho, lê a oração universal, prepara os dons, eleva o cálice na conclusão da oração eucarística, convida a assembleia ao gesto da paz, participa na distribuição da Eucaristia, reenvia a assembleia dizendo: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe”.
Como os bispos e os padres, os diáconos receberam um mandato da Igreja para celebrar a Liturgia das Horas de modo comunitário ou individual. É um acto do seu ministério em resposta ao mandamento do Senhor: “Rezai sem cessar”. Com a Igreja inteira associada à oração de Cristo, eles oferecem por ele o sacrifício de louvor. Recomenda-se para os diáconos a liturgia das Laudes e das Vésperas.
O diácono está capacitado para celebrar o baptismo e o matrimónio. De acordo com o seu pároco, pode também fazer a homilia.
O diácono nem é um grau hierárquico entre os sacerdotes e os fiéis, nem um coadjutor a tempo parcial. A sua missão própria é a de convidar todos os cristãos ao serviço dos seus irmãos. Recém-chegado à paisagem eclesial, ele convida pela sua presença cada um na Igreja a situar-se segundo a sua própria vocação. Preocupando-se com a missão particular que lhe foi confiada e com as pessoas que encontra, tem a vocação de sensibilizar os cristãos para as pobrezas e angústias de todo o tipo.
Na comunidade cristã, ocupa uma função de serviço. Ainda que presida a celebrações de baptismos, de casamentos ou exéquias, não tem em nenhum caso a função de presidir à comunidade, função reservada ao bispo e, por delegação, ao sacerdote nomeado por ele. Concretamente, o serviço prestado pelo diácono na sua paróquia depende da sua disponibilidade de tempo, do seu carisma e daquilo que lhe é pedido pelo pároco responsável.
LEITURA I Is 61, 1-2a.10-11 «Exulto de alegria no Senhor»
Leitura do Livro de Isaías O espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos pobres, a curar os corações atribulados, a proclamar a redenção aos cativos e a liberdade aos prisioneiros, a promulgar o ano da graça do Senhor. Exulto de alegria no Senhor, a minha alma rejubila no meu Deus, que me revestiu com as vestes da salvação e me envolveu num manto de justiça, como noivo que cinge a fronte com o diadema e a noiva que se adorna com as suas jóias. Como a terra faz brotar os germes e o jardim germinar as sementes, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor diante de todas as nações. Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Lc 1, 46-48.49-50.53-54 (R. Is 61, 10b) Refrão: Exulto de alegria no Senhor. Repete-se Ou: A minha alma exulta no Senhor. Repete-se
A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. Refrão
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Refrão
Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu-os de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia. Refrão
LEITURA II 1 Tes 5, 16-24 «Todo o vosso ser – espírito, alma e corpo – se conserve para a vinda do Senhor»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses Irmãos: Vivei sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias, pois é esta a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus. Não apagueis o Espírito, não desprezeis os dons proféticos; mas avaliai tudo, conservando o que for bom. Afastai-vos de toda a espécie de mal. O Deus da paz vos santifique totalmente, para que todo o vosso ser – espírito, alma e corpo – se conserve irrepreensível para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. É fiel Aquele que vos chama e cumprirá as suas promessas. Palavra do Senhor.
ALELUIA Is 61, 1 (cf. Lc 4, 18) Refrão: Aleluia. Repete-se O Espírito do Senhor está sobre mim: enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres. Refrão
EVANGELHO Jo 1, 6-8.19-28 «No meio de vós está Alguém que não conheceis»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Foi este o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: «Quem és tu?». Ele confessou a verdade e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Messias». Eles perguntaram-lhe: «Então, quem és tu? És Elias?». «Não sou», respondeu ele. «És o Profeta?». Ele respondeu: «Não». Disseram-lhe então: «Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?». Ele declarou: «Eu sou a voz do que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías». Entre os enviados havia fariseus que lhe perguntaram: «Então, porque baptizas, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?». João respondeu-lhes: «Eu baptizo na água, mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias». Tudo isto se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava a baptizar. Palavra da salvação.
O DIÁCONO EXPRIME PELO SERVIÇO A CARIDADE DE CRISTO
O Concílio Vaticano II sublinhou a importância da missão de serviço da Igreja. O diácono é o sinal de que esta missão de serviço vem dos apóstolos.
Pela sua ordenação, o diácono é configurado a Cristo Servidor que disse: «Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.» (João 13, 14)
Toda a Igreja, todos os baptizados são visados neste chamamento de Cristo, mas o diácono manifesta pela sua presença o carácter essencial do serviço que é o outro nome da caridade fraterna. A sua missão consiste em ser na Igreja sinal deste serviço e a convidar os seus irmãos cristãos a servir.
De modo muito particular, este serviço incarna-se na missão que o diácono recebe do bispo. Concretamente, esta missão manifesta várias dimensões.
O diácono pode ser nomeado para uma paróquia. É sempre assim no Porto. Muito frequentemente, ele compromete-se, de acordo com o pároco, em variados domínios: acolhimento, ajuda fraterna, catequese, catecumenado, visita aos doentes, família enlutadas, preparação do baptismo e do matrimónio, pastoral juvenil, animação de encontros…
Alguns diáconos recebem missões diocesanas: capelanias de hospitais ou prisões, colaboração em Secretariados pastorais…
Pela sua presença na vida familiar e profissional, o diácono é particularmente acessível, sobretudo para aqueles que se dizem distanciados da Igreja. Para eles, ele é a Igreja que se faz próxima.
O seu duplo enraizamento de homem implicado na vida e de ministro ordenado dá-lhe um lugar de ponte entre a Igreja e a sociedade dos homens.
A sua experiência humana, os contactos que ele estabelece nos seus diferentes âmbitos de vida, as missões que ele recebe do seu bispo e que o orientem para pessoas ou grupos humanos bem particulares fazem dele um interlocutor natural. Para muitos dos que o encontram, crentes, ou mais ainda os que se dizem longe da Igreja, ele representa a Igreja facilmente acessível.
Isto é particularmente claro no seu meio profissional. Todos os diáconos testemunham como lhes são colocadas questões sobre a Igreja ou sobre a fé ou como recebem confidências, muitas vezes de pessoas donde eles não as achariam possíveis.
A mesma constatação pode ser feita nos diferentes círculos onde vive o diácono: família alargada, vizinhos, amigos, conhecidos. Não é raro que seja solicitado para baptismos, casamentos, exéquias.
Servidor à imagem de Cristo em toda a sua vida, na igreja, na família, no trabalho, nos tempos livres, o diácono esforça-se por estar à escuta, por criar laços, por ser um artífice da paz. Ele vive muitas vezes o acaso dos encontros, das procuras, das circunstâncias.
Diz-se muitas vezes que o diácono é o ministro do limiar (do umbral). Este termo entende-se tanto pela sua preocupação pelos que vivem situações de pobreza, material, afectiva, psicológica, espiritual, como pela preocupação pelos doentes e os que estão longe da Igreja.
O diácono tem um papel de transmissor, de comunicador nos dois sentidos, da sociedade para a Igreja e da Igreja para a sociedade.