Como dissemos ontem, meditar sobre a morte, para pensar a vida, é essencial ao cristão. O evangelho de hoje guia-nos nesta meditação, mas não nos leva nem ao terror da morte, nem ao fascínio da alternativa entre prémio e castigo. Se Jesus fala dessas possibilidades, é para nos ajudar a tomar consciência da exigência de vivermos segundo a Palavra que escutamos. Depois, a morte tornará definitivo o que vivemos no tempo. Assim acontece com aquele abismo entre o homem rico e Lázaro junto de Abraão. A distância não surgiu com a morte, mas foi-se cavando dia após dia, quando Lázaro estava à sua porta, tão perto e tão longe. A morte apenas eterniza o que existe e o que falta no tempo da vida.
A compaixão que o homem rico pede a Abraão, é aquela que não teve para com Lázaro. A Jesus não interessam as razões para a situação daqueles homens, interessa o que cada um faz de bem com o que Deus coloca ao seu dispor, com a sua vida. Jesus também previne contra a tentação de esperarmos sinais prodigiosos para mudarmos de vida. Moisés e os Profetas bastam, e nós até temos alguém que ressuscitou dos mortos. É a Palavra, escutada com disponibilidade, que dispõe a nossa liberdade para a conversão.
Com humildade, meditemos na morte a partir daqui, para vivermos melhor este dia. Se eu morresse hoje, como seria a vida que em mim se eternizaria? Qual o rumo do meu presente? Qual o meu norte? E depois, não hesitemos em nos aproximarmos da misericórdia de Deus, enquanto o tempo é tempo, para que cure os nossos descaminhos e abra os nossos corações ao irmão invisível, em quem Ele vem ao nosso encontro.
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Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico, que se vestia de linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre chamado Lázaro jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele saciar-se com os restos caídos da mesa do rico; mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas’. Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que, se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo’. O rico exclamou: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha casa paterna – pois tenho cinco irmãos – para que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento’. Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão’. Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos’».
Desperta já a luz do novo dia, Jubilosos cantemos nossa fé; Peçamos ao Senhor humildemente Que acenda o seu fervor em nossas almas.
Andemos confiantes os caminhos Que purificam o homem do pecado; Ao Senhor convertidos, procuremos Uma verdade nova em nossas vidas.
Circule em nosso ser a seiva nova, Caudal de puras águas cristalinas, Que, brotando do lado do Senhor, Correm vivas até à eternidade.
Recebei, ó Pai santo, este louvor, Que, unida para sempre a vosso Filho No amor do Espírito divino, A Igreja peregrina reza e canta.
SALMO 79).
Pastor de Israel, escutai, * Vós que conduzis José como um rebanho. Vós que estais sobre os Querubins aparecei, * à frente de Efraim, benjamim e Manassés. Despertai o vosso poder * e vinde em nosso auxílio.
Ó Deus, fazei-nos voltar, * iluminai o vosso rosto e seremos salvos.
Senhor Deus dos Exércitos, * até quando ardereis em cólera, apesar da oração do vosso povo? Destes-nos a comer o pão das lágrimas * e a beber copioso pranto. Fizestes de nós objecto de contenda entre vizinhos * e os inimigos zombam de nós.
Deus dos Exércitos, fazei-nos voltar, * iluminai o vosso rosto e seremos salvos.
Arrancastes uma videira do Egipto, * expulsastes as nações para a transplantar. Preparastes-lhe o terreno; * ela deitou raízes e encheu a terra. A sua sombra cobriu os montes * e os seus ramos os cedros de Deus.
Estendia até ao mar as suas vergônteas * e até ao rio os seus rebentos. Porque lhe destruístes a vedação, * de modo que a vindime quem quer que passe pelo caminho? Devastou-a o javali da selva * e serviu de pasto aos animais do campo.
Deus dos Exércitos, vinde de novo, * olhai dos céus e vede, visitai esta vinha. Protegei a cepa que a vossa mão direita plantou, * o rebento que fortalecestes para Vós. Pereçam diante da vossa face ameaçadora * aqueles que lhe deitaram fogo e a devastaram.
Estendei a mão sobre o homem que escolhestes, * sobre o filho do homem que para Vós criastes. E não mais nos apartaremos de Vós: * fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome.
Senhor Deus dos Exércitos, fazei-nos voltar, * iluminai o vosso rosto e seremos salvos.
Glória ao Pai…
EVANGELHO
Lc 16, 19-31 Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico, que se vestia de linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre chamado Lázaro jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele saciar-se com os restos caídos da mesa do rico; mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas’. Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que, se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo’. O rico exclamou: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha casa paterna – pois tenho cinco irmãos – para que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento’. Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão’. Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos’».
SILÊNCIO ou MEDITAÇÃO GRAVADA
PRECES
Pelos sozinhos que precisam da nossa presença, Senhor, tende piedade de nós
Pelos famintos que precisam da nossa ajuda, Cristo, tende piedade de nós
Pelos doentes que precisam do nosso cuidado, Senhor, tende piedade de nós
ORAÇÃO
Senhor nosso Deus, que amais a inocência e a restituis aos que a perderam, dirigi para Vós os corações dos vossos servos pelo fervor do Espírito Santo, para que sejam firmes na fé́ e eficientes nas boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. R. Amen.
Jesus, no caminho para Jerusalém, fala aos discípulos da Sua morte e eis que a mãe de dois deles, com os filhos, se aproxima e lhe faz um pedido bem próprio de um coração de mãe. Para quê falar da morte? É melhor mudar de assunto e pensar em coisas mais próximas e úteis. Pensar na morte aparece a nossos olhos como coisa negativa, que não leva a nada de bom. Jesus parece não insistir. Sem dureza, propõe-lhes outro pedido: “Podeis beber o cálice que eu hei-de beber?”. E eles, talvez sem o compreender, mas seguros da sua amizade, aceitam: “Podemos”. Como se dissessem “contigo tudo podemos”.
Os outros discípulos, prisioneiros do mesmo modo de pensar, indignam-se por aquele favor. De novo, Jesus, sem aspereza, corrige a sua perspectiva. Se querem ser grandes, terão de sê-lo no serviço, como Jesus que serve a Sua vida pela redenção. A morte de Jesus não será uma realidade sem sentido.
Muitas vezes o cristianismo parece obcecado pela morte, sobretudo pela morte de Jesus. E falar da morte nunca é agradável. Toca um desconhecido que não sabemos transpor e traz o desconforto das coisas que não dominamos. Perante a morte, tudo parece perder sentido. Atemoriza-nos a possibilidade de não encontrar sentido e preferimos mudar de assunto.
Uma vida que não pensa a morte, fica aprisionada no medo da perda de sentido. Mas uma vida que se pensa a partir da morte vivida com Cristo, reencontra sentido e faz-se livre. Esse é o serviço redentor de Jesus. Beber o seu cálice e ser grande no serviço é viver já liberto da lei da morte, sabendo que a morte de Jesus mudou a vida. A partir daqui nada há de banal, todos os pequenos momentos de todas as pequenas vidas podem ser servidos no Cálice de Jesus.
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Naquele tempo, enquanto Jesus subia para Jerusalém, chamou à parte os Doze e durante o caminho disse-lhes: «Vamos subir a Jerusalém e o Filho do homem vai ser entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, que O condenarão à morte e O entregarão aos gentios, para ser por eles escarnecido, açoitado e crucificado. Mas ao terceiro dia Ele ressuscitará». Então a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com os filhos e prostrou-se para Lhe fazer um pedido. Jesus perguntou-lhe: «Que queres?» Ela disse-Lhe: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu reino um à tua direita e outro à tua esquerda». Jesus respondeu: «Não sabeis o que estais a pedir. Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» Eles disseram: «Podemos». Então Jesus declarou-lhes: «Haveis de beber do meu cálice. Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda não pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem meu Pai o designou». Os outros dez, que tinham escutado, indignaram-se com os dois irmãos. Mas Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem entre vós quiser tornar-se grande seja vosso servo e quem entre vós quiser ser o primeiro seja vosso escravo. Será como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens».
Ó glória eterna do Céu, Esperança dos mortais, Filho único de Deus E da Virgem sem pecado:
Resplandeça a madrugada, Livre do poder das trevas, E o fulgor da santidade Ilumine a nossa vida;
E liberte os corações Da escuridão do mundo; E conserve o nosso peito Em pureza permanente.
Estendei a vossa mão Aos que anseiam por erguer-se. Toda a alma se levante E dê graças ao Senhor.
Vivamos para o Senhor, Caminhando à luz da fé, Animados na esperança, Unidos na caridade.
Dêmos glória a Deus eterno E a seu Filho, em união Com o Espírito Paráclito, Pelos séculos dos séculos.
SALMO 96
O Senhor é rei: exulte a terra, * rejubile a multidão das ilhas. Ao seu redor, nuvens e trevas; * a justiça e o direito são a base do seu trono. O fogo avança diante d’Ele * e devora em redor os seus inimigos.
Os seus relâmpagos iluminam o mundo, * a terra vê-os e estremece. Derretem-se os montes como cera, * diante do Senhor de toda a terra. Os céus proclamam a sua justiça * e todos os povos contemplam a sua glória.
São confundidos os que adoram imagens † e se vangloriam em seus ídolos: * todos os deuses se prostram diante do Senhor . Sião ouve e alegra-se † e exultam as cidades de Judá, * por causa dos vossos juízos, Senhor . Vós, Senhor, sois o Altíssimo sobre toda a terra, * estais acima de todos os deuses.
O Senhor ama os que detestam o mal, * guarda as almas dos seus fiéis, † livra-os da mão dos ímpios. A luz resplandece para os justos * e a alegria para os corações rectos. Alegrai-vos, ó justos, no Senhor * e louvai o seu nome santo.
Glória ao Pai…
EVANGELHO
Mt 20, 17-28
Naquele tempo, enquanto Jesus subia para Jerusalém, chamou à parte os Doze e durante o caminho disse-lhes: «Vamos subir a Jerusalém e o Filho do homem vai ser entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, que O condenarão à morte e O entregarão aos gentios, para ser por eles escarnecido, açoitado e crucificado. Mas ao terceiro dia Ele ressuscitará». Então a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com os filhos e prostrou-se para Lhe fazer um pedido. Jesus perguntou-lhe: «Que queres?» Ela disse-Lhe: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu reino um à tua direita e outro à tua esquerda». Jesus respondeu: «Não sabeis o que estais a pedir. Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» Eles disseram: «Podemos». Então Jesus declarou-lhes: «Haveis de beber do meu cálice. Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda não pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem meu Pai o designou». Os outros dez, que tinham escutado, indignaram-se com os dois irmãos. Mas Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem entre vós quiser tornar-se grande seja vosso servo e quem entre vós quiser ser o primeiro seja vosso escravo. Será como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens».
SILÊNCIO ou MEDITAÇÃO GRAVADA
PRECES
Pelos que são oprimidos sem esperança de libertação, Senhor, tende piedade de nós
Por todos os doentes com medo de morrer, Cristo, tende piedade de nós
Para que sirvamos os irmãos, a exemplo de Jesus, Senhor, tende piedade de nós
ORAÇÃO
Conservai, Senhor, a vossa família na prática das boas obras, para que, confortada nas necessidades da vida presente, mereça ser conduzida por Vós aos bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. R. Amen.
Eis o tempo favorável Que nos deu a Divindade, Para que tenham remédio As culpas da humanidade.
A luz excelsa de Cristo Nos traz hoje um novo dia, Que nos tira do pecado E a salvação anuncia.
Penitentes, corpo e alma, Assim Deus não nos condene E nos leve em alegria À sua Páscoa perene.
Renovados pela graça, Erguei um cântico novo Ao Pai que enviou seu Filho A resgatar o seu povo.
SALMO 42
Fazei-me justiça, meu Deus, * defendei a minha causa contra a gente sem piedade, † livrai-me do homem desleal e perverso.
Vós, ó Deus, sois o meu refúgio: * Porque me abandonastes? † Porque hei-de andar triste, sob a opressão do inimigo?
Enviai a vossa luz e verdade, * sejam elas o meu guia e me conduzam † à vossa montanha santa e ao vosso santuário.
E eu irei ao altar de Deus, * a Deus que é a minha alegria. † Ao som da cítara Vos louvarei, Senhor meu Deus.
Porque estás triste, minha alma, e desfaleces? * Espera em Deus: ainda O hei-de louvar, † meu Salvador e meu Deus.
Glória ao Pai…
EVANGELHO
Mt 23, 1-12 Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
SILÊNCIO ou MEDITAÇÃO GRAVADA
PRECES
Dai-nos a graça da humildade, Senhor, tende piedade de nós
Que pratiquemos os vossos ensinamentos, Cristo, tende piedade de nós
E, em tudo, sirvamos o próximo, Senhor, tende piedade de nós
ORAÇÃO
Guardai, Senhor, a vossa Igreja com amor eterno, e porque sem Vós não se pode manter, com a vossa ajuda seja livre do mal e conduzida à salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. R. Amen.
De que fala Jesus, no evangelho de hoje? Serão falsas as palavras daqueles mestres que Jesus critica? Parece não ser isso que os faz falsos mestres. Jesus fala do engano de quem diz palavras de Deus sem procurar vivê-las, de quem usa Deus para se elevar sobre os outros homens. Mas, Jesus reconhece que dizem as coisas certas: “Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras”. É que dizem como forma de exercer poder, mas não tencionam fazer o que dizem.
A palavra de Deus diz-se como quem serve os irmãos. Usá-la como instrumento de poder, volta-a contra quem o faz. No entanto, o mau exemplo de quem diz e não faz não anula a verdade do que diz, se vem de Deus. O mau testemunho de alguns não desresponsabiliza todos.
De algum modo, dizemos sempre mais que o que fazemos, se dizemos palavras de Deus. Não nos dizemos a nós próprios, diminuindo Deus para a nossa medida e arvorando-nos como modelos. Por isso, a humildade é tão decisiva para o discípulo, que a deve pedir com insistência. Caminhar com Jesus é caminhar na humildade, mas fiquemos atentos: ninguém é bom juiz da sua humildade. Só o outro pode reconhecer o humilde. A mim cabe apenas escutar atento, para praticar com cuidado e recomeçar cada dia este caminho que não serei eu a terminar.
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Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Ser misericordiosos como Deus o é, não julgar, não condenar, perdoar, dar numa medida plena, usar da medida com que queremos ser olhados, é o que Jesus manda aos seus discípulos. Se assim nos manda, porque será a nossa natureza tão pronta a ser inclemente, a julgar e condenar, a dar, mas com cautela, a querer até que sejamos nós a medida dos homens? Temos medo de ser avaliados e continuaremos a ter enquanto não reconhecermos como somos amados. Vivemos com medo de nos compararmos, andando entre os extremos inconfessáveis de nos acharmos modelos de bom comportamento ou as piores pessoas do mundo, sem qualquer préstimo. De tanto nos compararmos, podemos acabar a desprezar aqueles que deveríamos amar, até a nós mesmos.
A medida humana não chega para avaliar as nossas vidas. Ainda que encontremos bons modelos de vida entre os nossos irmãos, só Jesus pode ser a referência absoluta para reconhecer o bem e o mal. É que perdoar e ser misericordioso implica reconhecer bem e mal, fugindo ao relativismo, idealização de um mundo sem referencial de bem ou mal, onde cada um é a medida de si mesmo. Sob a aparência de libertação, isto apenas desvaloriza a vida. Em contrapartida, reconhecer em Deus o bem a que estamos chamados, abre-nos caminhos e dá-lhes sentido, ou seja, dá à vida, a cada vida, uma singular dignidade.
Perdoar e ser misericordiosos, tanto quanto pedir perdão, implica um reconhecimento objectivo do bem e do mal. Mas, não será isso o mesmo que julgar, coisa que Jesus proíbe repetidas vezes? É fina a linha que separa o discernimento do julgamento. Precisamos discernir se acreditamos poder mudar, mas julgar é dar o mal por definitivo e imutável, é perder a esperança de conversão, nossa e dos irmãos. Para não julgar nem condenar, é preciso que, enquanto o tempo é tempo, acreditemos na possibilidade de conversão à misericórdia de Deus e mantenhamos a bússola bem orientada pelo único Norte que nos merece.
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Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».
Desperta já a luz do novo dia, Jubilosos cantemos nossa fé; Peçamos ao Senhor humildemente Que acenda o seu fervor em nossas almas.
Andemos confiantes os caminhos Que purificam o homem do pecado; Ao Senhor convertidos, procuremos Uma verdade nova em nossas vidas.
Circule em nosso ser a seiva nova, Caudal de puras águas cristalinas, Que, brotando do lado do Senhor, Correm vivas até à eternidade.
Recebei, ó Pai santo, este louvor, Que, unida para sempre a vosso Filho No amor do Espírito divino, A Igreja peregrina reza e canta.
SALMO 150
Louvai o Senhor no seu santuário, * louvai-O no seu majestoso firmamento. Louvai-O pela grandeza das suas obras, * louvai-O pela sua infinita majestade.
Louvai-O ao som da trombeta, * louvai-O ao som da lira e da cítara. Louvai-O com o tímpano e com a dança, * louvai-O ao som da harpa e da flauta.
Louvai-O com címbalos sonoros, * louvai-O com címbalos retumbantes. † Tudo quanto respira louve o Senhor.
Glória ao Pai…
EVANGELHO
Lc 6, 36-38 Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».
SILÊNCIO ou MEDITAÇÃO GRAVADA
PRECES
Para que confiemos no caminho da misericórdia, Senhor, tende piedade de nós
Pelos que calam a voz da consciência, Cristo, tende piedade de nós
Pelos que desesperaram de ser perdoados, Senhor, tende piedade de nós
ORAÇÃO
Deus de infinita bondade, que nos mandais ouvir o vosso amado Filho, fortalecei-nos com o alimento interior da vossa palavra, de modo que, purificado o nosso olhar espiritual, possamos alegrar-nos um dia na visão da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. R. Amen.
