Bíblia e sua interpretação
Nenhum cristão ignora que Jesus, a Palavra de Deus, se fez homem. Menos ainda, que viveu como um homem do seu tempo. Pelo contrário, é normal imaginá-lo vestido com as túnicas do séc. I, alimentando-se com as comidas da sua época, utilizando os meios técnicos e de mobilidade de então.
Mas, por outro lado, a muita gente custa-lhe entender que a Bíblia, que também é Palavra de Deus, tenha encarnado na cultura e língua de então. Pensam que fala como nós, com as nossas expressões e a nossa mentalidade. E não é assim. Tal como Cristo encarnou num homem de há 2000 anos, também a Bíblia fala como a gente de há 2000 anos.
E assim como seria ridículo imaginar Jesus de fato e gravata, viajando em Jerusalém de táxi, e transmitindo os seus sermões pela rádio, também é ridículo interpretar a Bíblia literalmente com as nossas categorias mentais, como faz muita gente. Devemos situar-nos na mentalidade e cultura dos judeus daquela época.
Deste modo, quando nos encontrarmos com números ou cifras na Bíblia, devemos perguntar-nos: trata-se de uma quantidade, de um simbolismo, ou de um número gemátrico? Isto vai ajudar-nos a desvendar melhor o sentido da Palavra de Deus e, com isso, a mensagem que ela tem para a nossa própria vida.
(Revista Bíblica - Agosto 2009)