"Eu sou o que vou conseguindo ser"
Merece destaque neste blogue a atribuíção do Prémio Pessoa 2009 a D. Manuel Clemente, bispo da diocese Portucalense. Em declarações aos jornalistas, D. Manuel Clemente diz ter recebido a notícia com "grande surpresa" e referiu que o prémio traz mais responsabilidades. "Não estava à espera, nunca me passou pela cabeça", admitiu, referindo que ontem, ao receber o telefonema, julgava que estavam "simpaticamente a comunicar quem era o premiado deste ano, mas não pondo a minha pessoa no assunto". No decurso de uma visita pastoral à paróquia de Santa Marinha, Vila Nova de Gaia, o Bispo do Porto salientou, a este respeito, que “eu sou o que vou conseguindo ser".
Para o Presidente da República, estamos na presença de “um homem extraordinário” que tem ainda “muito a dar a Portugal”. Mário Soares considerou o Bispo do Porto "uma grande figura ética para todos os portugueses" e continuou dizendo: "D. Manuel Clemente é um dos pensadores mais originais e vivos deste tempo português e alguém que faz do pensamento um exercício de responsabilidade ética”, afirmou. É “um prémio importante, precisamente porque mostra a relevância do pensamento e da acção de D. Manuel Clemente não apenas para o espaço eclesial, mas também para o mundo da cultura”. “Ele é alguém de que a cultura tem necessidade e isso parece-me um ponto muito importante”, conclui.
Para o padre e poeta Tolentino Mendonça, o magistério do Bispo do Porto “tem sido também um exemplo do que é o diálogo entre a fé e a cultura”. “A mim toca-me sempre o modo como a cultura aparece no magistério de D. Manuel Clemente, não como um território de fronteira, que ele visita ocasionalmente, mas como o lugar por excelência onde ele inscreve a tradição cristã e o seu trabalho de pastor”, afirma o sacerdote madeirense.
Concedido anualmente "à pessoa de nacionalidade portuguesa que durante esse período - e na sequência de uma actividade anterior - tiver sido protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país", o prémio tem o valor de 60 mil euros e é promovido pelo jornal Expresso, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos.
(Agência ECCLESIA)