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Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

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"A Santa de Todos"

22.05.07 | ssacramento
Santa Rita de Cássia teve uma vida normal e, por isso, todos se revêem na sua vida. Rita foi uma filha dócil e dedicada; uma esposa amante e fiel, uma mãe terna e compreensiva, preocupada com a educação cristã dos seus filhos; uma viúva resignada e trabalhadora, nunca fechada egoisticamente em si mesma; e, por fim, religiosa santa transbordante de amor a Deus e ao próximo. Por isso, João Paulo II apelidou-a de santa de todos, já que exerceu uma enorme influência na vida da Igreja e na da sociedade, vivendo intensamente a maternidade física e espiritual.
Esta mulher, de pequena estatura, mas grande santidade, viveu na humildade e agora é conhecida no mundo inteiro pela sua heróica existência cristã de esposa, viúva e monja. Qual é a mensagem que esta santa nos transmite? Humildade e obediência, assemelhando-se cada vez mais ao Crucificado. Perita em sofrimento, aprendeu a compreender as penas do coração humano. Rita tornou-se advogada dos pobres e desesperados, obtendo para quem a invocou numerosas graças de consolação e conforto, daí também ser apelidada de Santa do Impossível.
Rita de Cássia foi a primeira mulher a ser canonizada no Grande Jubileu do início do século XX, a 20/05/1900, pelo papa Leão XIII. Ela agradou tanto a Cristo que Ele quis marcá-la com o sinal da sua caridade e da sua paixão. Tal privilégio foi-lhe concedido pela sua humildade singular, pelo seu desapego interior das coisas terrenas e admirável espírito de penitência que acompanhou todos os momentos da sua vida.
Rita, com o nome de nascimento de Margarida Lotti, nasceu nos arrabaldes de Cássia, uma cidadezinha da província de Perúsia, na Úmbria, uma região verdejante situada no centro da Península Itálica, com montanhas de altitude média, amenas colinas e vales cobertos de flores campestres de muitas formas e cores. Era a primogénita e única filha de António Lotti e Amata Ferri, um casal estimado que se amavam e respeitavam mutuamente. Eram já de idade avançada quando nasceu a pequena Margarida.
Ao contrário de outros santos conhecidos da sua época, Rita de Cássia não teve um biógrafo contemporâneo que escrevesse a sua vida. A mais antiga biografia desta santa que chegou até nós data de 1610, do padre agostinho Agostinho Cavallucci.
Rita terá nascido em 1373, casou com catorze anos, tendo tido dois gémeos do seu casamento com Paolo Mancini em 1392. Em 1402, aos 32 anos, ficou viúva. Em 1406, perdeu os filhos e, no ano seguinte, com 34 anos de idade, entrou para o mosteiro de Santa Maria Madalena, em Cássia, onde viveu durante 40 anos e morreu no dia 22/05/1447, com a idade de 74 anos.
Uma antiga tradição ou lenda popular afirmava que aquela menina, esperada ao longo de tantos anos pelo casal Lotti, teria sido anunciada por um anjo do Senhor à piedosa Amata e que o mesmo anjo teria aparecido em visões uma segunda vez para lhes comunicar o nome a dar no baptismo - Margarida, a conhecida flor campestre, uma das flores mais antigas e familiares, cujas origens parecem remontar ao Tibete e que, em tibetano, a palavra significa pérola preciosa (podendo também referir-se a uma pessoa excepcional) ou cabana (evocando a casa, a família, a mãe e o afecto) ou ainda vida que refloresce.
Relativamente aos primeiros tempos da vida de Rita, todos os biógrafos narram um facto em que a figura da santa é envolvida numa aura de lenda: o episódio das abelhas brancas. Cinco dias após o seu nascimento, os pais, António e Amata, ao irem trabalhar para os campos, meteram-na num cesto de vime e levaram-na consigo, pousando-o à sombra de uma árvore. Enquanto trabalhavam, um enxame de abelhas brancas rodeou o rosto da menina e algumas delas entravam para a sua boca aí depondo o seu mel. A cena foi vista por um ceifeiro que cortara um dedo da mão direita com uma foice e corria para Cássia à procura de quem o socorresse, passando junto ao cesto. Tentou afastar as abelhas com as mãos e, de repente, reparou que a mão ferida já não sangrava e o golpe fechara. Verdadeiro ou lendário, pouco importa, este facto foi relatado pelos biógrafos de Rita e também pela tradição e pintura. (Adaptado de BERGADANO, Elena - S. Rita de Cássia. A santa de todos. Lisboa: Paulinas, 2002)


Outras informações sobre a sua biografia podem ser encontradas aqui.