"Mendigos do amor de Deus"
A Igreja não se justifica pela excelência, mas sim pela penitência dos seus membros, ainda que nalguns deles rebrilhe excelentemente a acção da graça divina, à qual e pela qual constantemente se convertem. O nosso momento de maior autenticidade será mesmo o acto penitencial com que começamos cada Eucaristia, reconhecendo-nos absolutamente “mendigos do amor de Deus”.
Lembremo-nos da parábola do fariseu e do publicano, em que só foi justificado o que se reconheceu pecador (cf. Lc 18, 14). Lembremo-nos de que só assim nos encontra Jesus, que não veio chamar os justos, mas os pecadores” (cf. Mt 9, 13).
Tudo o que tivermos a corrigir, será por nós e para o bem dos outros, decerto; mas só o será perfeitamente quando responder, do fundo dum coração agradecido, à misericordiosa justiça que nos recuperou em Cristo.
D. Manuel Clemente (Homilia de 4ª feira de Cinzas)