Verdadeiros e falsos silêncios
“O silêncio não tem preço. Os primeiros contactos com ele são muitas vezes duros: silêncio na aula, silêncio para não incomodar os adultos, silêncio que é isolamento.
E, no entanto, esse silêncio tem uma grande importância. Merece um bom lugar no meio do ruído.
O silêncio só tem o valor daquilo que fizermos com ele.
De facto, o silêncio não é automaticamente melhor do que a palavra ou o ruído. A palavra permite que nos expressemos, e o ruído pode provir da alegria de estarmos juntos. O valor do silêncio depende daquilo que fizermos com ele.
Há falsos silêncios: o silêncio sofrido por medo do castigo; o silêncio de quem se zanga. Ou o silêncio de quem se fecha em si mesmo: o silêncio da cabeça oca: estamos nas nuvens, nem sequer conseguirmos sonhar. Não pensamos em nada.
Mas também há bons silêncios: o silêncio que respeita o trabalho dos outros; o silêncio de quem escuta; o silêncio da reflexão: há ruído à nossa volta, fazemos o esforço de nos afastarmos, para não nos distraírmos, reflectimos; o silêncio que permite um equilíbrio pessoal. O ruído, com efeito, esgota; o silêncio permite o descanso, o repouso.
O silêncio é o caminho para um certa qualidade de vida. Sem um pouco de tranquilidade, sem um instante de silêncio..., como podemos dar-nos conta do que estamos a fazer?
Aquele que sabe parar, guardar silêncio dentro de si e à sua volta, esse tem muitas vazas ganhas no jogo da sua vida. Percebe quem é e aquilo que faz; pode corrigir-se, pode dar um sentido aos seus actos.” (Jacques Piton)
http://imagecache2.allposters.com/images/pic/GLX/10693~Orchid-Simplicity-Posters.jpg -
Orchid simplicity, Yumiko Ichikawa)