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Blogue da Paróquia do Santíssimo Sacramento

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Ainda sobre o Evangelho de Infância de Mateus

30.11.07 | ssacramento
O massacre dos meninos de Belém e a fuga para o Egipto são dois dos episódios do Evangelho de Mateus que fazem lembrar Moisés.

O massacre dos meninos de Belém (2,16-18) só aparece neste Evangelho. Na época viveriam em Belém cerca de 1.000 pessoas, logo não haveria lá mais de 20 meninos com mais de dois anos. Mateus não descreve um facto histórico, que não conhecemos de outras fontes, mas faz uma reflexão sobre o que aconteceu no Antigo Testamento e encontra, na ligação das infâncias de Moisés e Jesus, duas crianças perseguidas como tantas outras, mas salvas milagrosamente da morte. Os episódios do Antigo Testamento relativos a Moisés cumpriam-se, atingiam a plena realização em Jesus.

A fuga para o Egipto (2,13-15) nada tem de anormal. Quando havia algum problema em Israel, as pessoas tinham tendência a fugir para o Egipto, por motivos económicos e políticos. Aí se refugiaram personagens importantes desde o tempo dos Reis até aos Macabeus. O desterro de Jesus no Egipto é pensado tendo em conta o desterro do patriarca José (Gn 37-50), que foi vendido pelos seus próprios irmãos para o Egipto. O patriarca Jacob/Israel, depois de José, também desceu até ao Egipto. Assim, Mateus tem um bom motivo teológico e histórico para falar da ida de Jesus para o Egipto.

A caminhada para o Egipto era feita em 5 ou 6 dias. Durante o reinado de Herodes, muitas famílias fugiram para o Egipto por causa da perseguição do rei e seus descendentes. O exílio da Sagrada Família foi curto, pois Jesus nasceu pouco tempo antes da morte de Herodes e voltou pouco depois do início do reinado de Arquelau. Terá durado um máximo de 2 anos.

(Artigo Herculano Alves, Revista Bíblica Novembro/Dezembro 2007. Cena retratada no Museu de Cera, Fátima)